As crianças e adolescentes das comunidades Estivas e Castainho têm uma nova opção de prática esportiva e acesso à saúde. O projeto Juventude Ativa, uma realização de residentes de Saúde da Família no Campo, conta com apoio da Secretaria de Saúde e da Secretaria de Juventude, Esportes e Lazer de Garanhuns para trazer atividades como aulas de judô para os jovens moradores das comunidades quilombolas. As aulas acontecem todas as sextas, às 9h30, no espaço da Associação de Mulheres Guerreiras Quilombolas.
O projeto foi criado pelas residentes do programa de Saúde da Família do Campo, vinculado à Universidade de Pernambuco, que atuam na Unidade Básica de Saúde Estivas. A assistente social Sandy Sena comenta que, a partir dos atendimentos na UBS, a equipe multiprofissional percebeu a necessidade de criar espaços protagonizados pelos jovens.
“Percebemos que a comunidade não tinha espaços de lazer e convivência, e isso influencia no comportamento da juventude”, diz. Além do judô, Sandy conta que o projeto, que conta, atualmente, com 30 jovens inscritos, terá oficinas de capoeira e um torneio de futebol até dezembro. Para se inscrever, basta procurar a UBS Estivas.
Para o professor de judô da Secretaria de Juventude, Esportes e Lazer, Gislânio dos Santos, o esporte é um diferencial na vida das crianças. “Vemos que as crianças das comunidade quilombolas têm interesse nas práticas esportivas e sabemos o quanto isso tem impacto positivo sobre a saúde delas”. Para os meninos Carlos Henrique e Arthur, que participam da oficina, a aula é uma alternativa de lazer durante as manhãs, quando não estão na escola. “É melhor estar aqui do que ficar perdendo tempo assistindo TV”, diz Carlos.
Antes do início das aulas, a equipe realiza dinâmicas com os jovens, com o objetivo de apresentar as possibilidades dos serviços de saúde e assistência social, como a UBS e o Centro de Referência de Assistência Social (Cras). Para isso, as profissionais criam histórias próximas da realidade das crianças para falar sobre os seus direitos.
“Além do incentivo ao esporte, um dos pontos pensados foi a promoção do direito à cidadania, à saúde e à educação. Essa discussão é feita com diversas temáticas, em uma linguagem bem próxima a eles”, comenta Sandy.
Maria José Isidio, conhecida como dona Zeza, é moradora e membro da Associação de Mulheres Guerreiras Quilombolas. Mãe de duas crianças que participam da oficina, ela aprova a iniciativa: “É um programa feito para os jovens ocuparem a mente e, ao mesmo tempo, aprenderem uma arte de defesa. O judô, a capoeira, a percussão, todos são bem-vindos e nos fortalecem aqui no Quilombo.”
Texto por Laís Guedes.