O prefeito Rodrigo Pinheiro devolveu a Caruaru, nesta segunda-feira (13), a Biblioteca Municipal Álvaro Lins totalmente reformulada, inclusiva e com cerca de 23 mil obras em seu acervo. O espaço possui sala para crianças, cordelteca, sala dos escritores caruaruenses e a sala dos livros raros, com as obras que pertenciam à biblioteca pessoal de Álvaro Lins, além de livros em Braille.
“Parabéns a todos os artistas, parabéns a população de Caruaru, que recebe hoje esse equipamento. Estou muito feliz em contribuir, com toda a minha equipe, para que Caruaru seja ainda mais referência na cultura e em todos os segmentos. É muito importante entregarmos a Biblioteca Municipal Álvaro Lins novamente à população. Hoje, em um local, central, moderno e histórico, valorizando ainda mais a cultura e eternizando aquilo que precisa ser eternizado”, disse o prefeito Rodrigo Pinheiro.
O hall de entrada da biblioteca é compartilhado com o da Fundação de Cultura de Caruaru, já que os dois equipamentos públicos passam a funcionar no mesmo prédio. A biblioteca possui um salão principal com mesas, cadeiras e estantes com, aproximadamente, 11 mil livros. Do lado direito do salão principal estão a sala infantil, com em torno de 3 mil livros, e a cordelteca, com cordéis raríssimos.
Além disso, o equipamento conta com um sala de pesquisa informatizada e um espaço dedicado aos escritores e escritoras caruaruenses. De forma a promover a inclusão, a biblioteca também tem uma sala com livros em Braille. O espaço ainda tem uma sala exclusiva para os livros raros, que somam cerca de 9 mil, e que pertenciam à coleção pessoal de Álvaro Lins.
“É uma alegria imensa estarmos aqui. Todos e todas da Fundação de Cultura estiveram imersos para entregarmos a biblioteca hoje. Eu sou escritor e sentia a necessidade de reinaugurar esse espaço. Em 2016 estávamos presos, porque fecharam a biblioteca de Caruaru. Hoje estamos libertos com essa reinauguração”, ressaltou o presidente da Fundação de Cultura, Hérlon Cavalcanti.
A secretária de Educação, Aline Tiburcio, e o coordenador de Museus e Bibliotecas do município, George Pereira, também comemoraram a reinauguração do espaço. “Parabenizar o prefeito por essa ação tão importante. Só agradecer ao prefeito Rodrigo Pinheiro por não ter desistido da biblioteca. Vamos incentivar nossos estudantes a virem prestigiar e aproveitar muito esse novo equipamento”, falou Aline.
“É uma honra e um prazer. É uma data histórica Caruaru estar recebendo a Biblioteca Municipal Álvaro Lins no dia de hoje. A partir de 14 de maio, as portas da biblioteca estarão abertas para receber a todos e todas vocês”, afirmou George. A Biblioteca Municipal Álvaro Lins funciona no mesmo prédio da Fundação de Cultura de Caruaru, na Rua Frei Caneca (antiga Coletoria). O horário de funcionamento é o mesmo para os dois equipamentos, de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h.
Breve histórico da Biblioteca Municipal Álvaro Lins
No dia 1º de julho de 1917, Caruaru assistiu a inauguração da sua primeira biblioteca municipal, construída na gestão do Prefeito Cel. João Guilherme de Pontes, atendendo a iniciativa do secretário municipal Henrique Pinto.
Com uma população de aproximadamente 60 mil habitantes, a Princesa do Agreste foi dotada de um espaço público valioso, local que se tornou um ponto de encontro de estudantes, professores, intelectuais e a população em geral, que buscava adquirir os conhecimentos apresentados pelo acervo disponibilizado.
Em 1948, 31 anos após a inauguração, o Prefeito Pedro de Souza, reinaugurou a biblioteca em instalações amplas e com acréscimo no acervo, objetivando atender a sociedade caruaruense, estimada – na ocasião – em 100 mil habitantes. Na década de 80, o acervo foi transferido para as instalações da Casa de Cultura José Condé.
Na missão de desenvolver Caruaru pelas vias iluminadas da educação, o governo Rodrigo Pinheiro potencializa a Biblioteca Municipal Álvaro Lins, referenciando o brilhante intelectual e fortalecendo a nossa vocação de liderança no interior de Pernambuco.
Quem foi Álvaro Lins?
Álvaro de Barros Lins foi um escritor, professor e crítico literário caruaruense. Trabalhou como jornalista no Diário de Pernambuco e graduou-se em Direito no ano de 1935. Ainda no Recife, aos 27 anos, escreveu o seu primeiro livro, História literária de Eça de Queirós (1939). Mudou-se para o Rio de Janeiro, local onde começou a fazer crítica literária, gênero responsável por lhe dar reconhecimento nacional.
Convidado pelo Ministério das Relações Exteriores, escreveu uma biografia do Barão do Rio Branco no ano do centenário do seu nascimento (1945). Professor catedrático de Literatura Brasileira do Colégio Pedro II, interino, de novembro de 1941 a dezembro de 1951, quando passou a efetivo mediante obtenção do primeiro lugar em concurso de títulos e provas, com a tese A Técnica do Romance em Marcel Proust, publicada em 1956.
Álvaro Lins lecionou na cadeira de Estudos Brasileiros da Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade de Lisboa, em Portugal. Chefiou a Casa Civil do presidente Juscelino Kubitschek (1956), exercendo a função de embaixador do Brasil em Portugal. Álvaro foi o quarto ocupante da Cadeira 17 na Academia Brasileira de Letras (ABL), eleito em 5 de abril de 1955.