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Pesquisa ‘Relicárias: vasculhando e (re)contando histórias de mulheres negras na dança do frevo’ conta com apresentação neste domingo (26), no Paço do Frevo

Pesquisa ‘Relicárias: vasculhando e (re)contando histórias de mulheres negras na dança do frevo’ conta com apresentação neste domingo (26), no Paço do Frevo

  • Cultura

Assim como o dicionário formal da língua portuguesa não reconhece a palavra Relicária, a história oficial de um dos principais ritmos de Pernambuco, o Frevo, não contempla como deveria as mulheres na sua gênese. Pesquisa inédita realizada em Pernambuco começa a tirar da invisibilidade a história de mulheres negras, entre capoeiristas, trabalhadoras, marginalizadas, que viveram no Recife na época em que o Frevo dava seus primeiros passos e que foram presas simplesmente por dançá-lo na via pública. Os vestígios da presença dessas mulheres emergiram das páginas policiais de jornais do início do século XX, e agora, mais de 100 anos depois, a pesquisa Relicárias: vasculhando e (re)contando histórias de mulheres negras na dança do frevo dá nome, corpo e voz a essas mulherespioneiras. A mostra do processo de pesquisa, em formato de apresentação artística, será no domingo (26), às 15h, no Paço do Frevo, com entrada gratuita mediante distribuição de senha e acessibilidade em LIBRAS.

À frente da pesquisa estão as dançarinas e pesquisadoras Rebeca Gondim, Marcela Felipe, Ailce Moreira, Bell Puã e Vanessa Marinho. Nos últimos dois anos elas se debruçaram em textos e imagens sobre o Frevo, dedicadas a dar vida a mulheres como Olindina Olívia da Conceição e Maria da Hora Tavares, a Maria Facão, presas supostamente por cometer delitos como jogar capoeira, embriaguez e por “ouvir música em frente a uma festa privada”. A partir desses vestígios encontrados nos jornais da época, as pesquisadoras buscaram recriar de forma poética as biografias das personagens da vida real, recheando com dados históricos, elementos visuais da dança, como figurino e o território onde viveram as personagens, a gestualidade e os passos executados na época, e apresentá-las em carne e osso. 

“Além de Olindina e Maria Facão, o público vai conhecer Ana Maria Luiza Tavares da Conceição, a Neidinha, uma terceira personagem que é uma junção de várias outras mulheres que apareceram na pesquisa, trabalhadoras da rua, como as quitandeiras, sem ter sequer seus nomes citados”, destaca Rebeca Gondim. Segundo ela, uma das partes mais difíceis da pesquisa foi levantar a forma de dançar das antepassadas. “Trabalhamos a imaginação tendo como base os movimentos da capoeira e as experiências corporais de cada uma”, conta.

ESTUDO – A pesquisa foi realizada em três etapas, nas quais a equipe aprofundou os conhecimentos em laboratórios de criação conduzidos por artistas e pesquisadores convidades. A historiadora Vanessa Marinho foi a responsável pela condução da pesquisa historiográfica; a poeta e escritora Bell Puã conduziu um laboratório de poesia e performance (escrita, corpo e voz); o fotógrafo e artista visual Filipe Gondim e a dançarina e figurinistaMaria Agrelli conduziram a oficina para levantamento dos elementos visuais da dança, entre fotografias e figurinos. O grupo também realizou entrevistas com dançarinas de frevo contemporâneas, como Zenaide Bezerra, Lucélia Albuquerque, Geciland Monteiro (Landinha), Valéria Vicente, Dadinha Gomes, Renach Reiva, Francis Souza, Marinez Barbosa e Joelma Evaristo.

Relicárias: vasculhando e (re)contando histórias de mulheres negras na dança do frevo foicontemplado com o Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura | FUNCULTURA PE. Além da mostra pública dos resultados da pesquisa, o projeto deixa como legado um podcast, produzido por Janaína Oliveira, do @negraslinhas, com uma áudio-conversa sobre o processo da pesquisa e as histórias das mulheres pesquisadas, além de fotocolagens das personagens pesquisadas. Esse material será lançado em 31 de maio no perfil do Instagram @relicariasdofrevo .

FICHA TÉCNICA

Artistas-pesquisadoras: Ailce Moreira, Bell Puã, Marcela Felipe e Rebeca Gondim

Pesquisadora-historiadora: Vanessa Marinho

Artista, pesquisador-visual e fotógrafo: Filipe Gondim

Produtora e figurinista: Maria Agrelli

Consultora da pesquisa: Ailce Moreira

Gravação e edição do podcast: Janaína Oliveira | podcast Negras Linhas

Intérprete de Libras: Joselma Santos e Jéssica Santos

Consultoria de acessibilidade: VouSer Acessibilidade | Andreza Nóbrega

Assessoria de Imprensa: Ana Nogueira

SERVIÇO: Relicárias: vasculhando e (re)contando histórias de mulheres negras na dança do frevo

Local: Paço do Frevo (Praça do Arsenal – Bairro do Recife)

Data: Domingo, 26 de maio

Hora: 15h

Acessibilidade: LIBRAS

Entrada gratuita com distribuição de senha

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