Chegamos à melhor época do ano, a de São João! Período de comidas típicas, quadrilhas, roupas, música e tradição. Por outro lado, também é preciso atenção redobrada com a saúde. Neste mês, teremos muitas fogueiras e fogos de artifício. Sobre isso, a oftalmologista Catarina Ventura, do Instituto de Olhos Fernando Ventura, a enfermeira Rubiane Souza, a nutricionista Fabrícia Padilha e a pneumologista Patrícia Bezerra, da Faculdade Pernambucana de Saúde, explicam os cuidados que devem ser tomados para não ter problemas durante as festas.
Olhos
De acordo com Catarina Ventura, as fogueiras e fogos podem ocasionar desde queimaduras e traumatismos oculares até danos definitivos, além de ardência, conjuntivite, uveíte e alergia. Para a oftalmologista, a melhor forma de evitá-los é ter cuidado na escolha dos fogos, observar as instruções e se manter longe das crianças.
“É bom não ficar olhando para cima quando for soltar, pois pode cair a fagulha no olho. Tem de ter cuidado com os fogos que não acendem. Geralmente as pessoas vão muito próximas para verificar, ele pode acender repentinamente e atingir a visão. Em relação às fogueiras, a fumaça vai existir. Mesmo você estando em casa, não tem como escapar, dependendo da quantidade de fogueiras nas ruas. O ideal é evitar o contato com o vapor e o fogo. Quem tem olho seco, sentirá mais irritação que o normal”, disse a diretora do IOFV.
Queimaduras
Tutora de Enfermagem da Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS), Rubiane Souza explica que queimaduras nas fogueiras em áreas da genitália, extremidades, pescoço ou face, mesmo que pareçam inocentes, devem ser avaliadas por um profissional em serviço de pronto atendimento. “Ao queimar-se, a pessoa deve remover imediatamente vestes e adornos (anéis, pulseiras, brincos) da área atingida e lavar com água corrente, a fim de aliviar a dor, de resfriar o local e evitar a propagação da queimadura”, orienta a enfermeira.
Especialistas também desaconselham receitas caseiras. Assim, não se deve colocar abrasivos como creme dental, nem temperos, itens culinários ou pós, como talcos para os pés ou talco de bebê. Em casos mais graves, em queimaduras decorrentes de combustíveis (gasolina, querosene, álcool) utilizados em substituição ao gás de cozinha também têm causado grande preocupação e lotação dos serviços que realizam atendimento de queimados.
“Isso deve-se principalmente a lesões graves, que muitas vezes decorrem de explosões, e que frequentemente atingem maior superfície corporal, a exemplo do que ocorre com fogos de artifício”, explica Rubiane. Nesses casos, é melhor sempre procurar a ajuda de um especialista médico.
Fumaça
Além dos riscos de queimadura, a inalação da fumaça pode causar problemas no aparelho respiratório. Nas cidades, ficam espalhadas várias fogueiras pelas ruas, e o ‘cheiro’ traz irritações. De acordo com a pneumologista e tutora de Medicina da FPS, Patrícia Bezerra, quanto mais próximo das fogueiras, mais expostas as pessoas estão aos danos que as fumaças tendem a causar aos pulmões.
“Muitas vezes, as pessoas possuem doenças respiratórias, como a asma. A fumaça pode fazer os brônquios se contrairem, causando a crise de asma, falta de ar. Os cuidados que devemos ter é de não ficar próximos de fogueiras, tente ficar o mais distante possível, em um local ventilado. Os pacientes com asma, principalmente, precisam ter atenção redobrada. Cuidado também com as crianças, que podem se desgarrar dos pais e, além da atenção com as fumaças, fica o alerta com as queimaduras”, detalhou.
Alimentação
Pamonha, cuscuz, canjica, bolo de milho, pipoca, arroz doce, entre outros são muito comuns nessa época do ano. O milho, por exemplo, é uma boa fonte de carboidrato, rico em fibras, e ajuda a melhorar a saúde do intestino, explica Fabrícia Padilha, nutricionista e coordenadora do curso de Nutrição da Faculdade Pernambucana de Saúde. Mas ela faz um alerta para as festas juninas.
“É importante se preocupar com a manipulação e conservação dos alimentos comercializados, pois, além de serem altamente perecíveis e não resistir muitas horas em temperatura ambiente, é necessário ter o cuidado com a matéria prima dos pratos”. Fabrícia lembra que é importante observar o milho, a forma como ele é comercializado e disposto para venda nas feiras livres. “Muitas vezes fica diretamente no chão em contato com sujidades, o que pode causar contaminação da espiga. Todos esses cuidados são importantes, pois alimentos com manipulação, armazenamento ou comercialização incorretos podem causar problemas de saúde”, pontuou.