Neste domingo (28), acontece, às 14h, no bairro de Pirapama, no final da rua da fábrica, no Cabo de Santo Agostinho, o 1º Encontro das Águas de Oxum, visando enfrentar o preconceito e a intolerância religiosa promovendo a diversidade e demonstrando que as religiões afrodescendentes não possuem forma demoníaca, mas adoração aos orixás que são forças da natureza.
Além disso, o evento demarca o Julho das Pretas, que é uma data de luta das mulheres negras por igualdade racial, pelo fim do racismo e referenda as mulheres ialorixás (mães de santo).
Quem descreve a importância do encontro pioneiro, no Cabo, é o juremeiro Josemar Lima. “O evento é importante para combater o preconceito e a intolerância religiosa resgatando a importância do Rio Pirapama, porque ao longo do tempo o rio serviu de fonte de alimento para a população cabense, e hoje, agoniza com os esgotos ao céu aberto e muita poluição”, afirmou o pai de santo.
Ele ainda ressalta que o povo do candomblé cultua a natureza e por esse motivo é necessário a preservação do rio. “Nós cultuamos a natureza e queremos a preservação do rio com a despoluição e a preservação desse manancial que corta a nossa cidade”, observou a liderança religiosa.
Oxum é um orixá feminino, das águas doces, dos rios e cachoeiras, da riqueza, do amor, da prosperidade e da beleza, cultuada no Candomblé e na Umbanda, representa a sabedoria e o poder feminino. Seu nome deriva do rio Osun (ou Oxum), que corre na Iorubalândia, região da Nigéria.
O evento é promovido pela Organização de Juremeiros/as do Cabo de Santo Agostinho com o apoio da Comissão de Igualdade Racial da OAB/Cabo, Centro das Mulheres do Cabo (CMC), Central dos Movimentos Populares (CMP) e a Associação de Mulheres em Ação (AMA) e das Secretarias de Promoção Social, Meio Ambiente e de Cultura do Cabo.