O polo País da Música do Festival Pernambuco Meu País, em Caruaru, quinta etapa do evento, comprovou neste sábado (10) a força do chamado rock pesado pernambucano, em especial do Agreste, e sobretudo da Capital do Forró. No caminhão-palco estacionado no pátio da Estação Ferroviária, as experientes bandas Sangue de Barro e Alkymenia ciceronearam a Saga HC, de Jaboatão dos Guararapes (Região Metropolitana do Recife). Os fãs não decepcionaram e compareceram em número expressivo.
O Agreste pernambucano sempre teve uma forte cena de hardcore e de metal. O intercâmbio entre os grupos de cá com os das demais regiões também não é de hoje. O esquente da noite deste sábado ficou a cargo da visitante, cujas letras das músicas, como Vícios e Sem Saída, apresentam-se como crônicas de seu bairro, Prazeres, e de sua cidade. O público entendeu o recado.
Em formato clássico com voz, duas guitarras, baixo e bateria, acabou prestando um belo tributo às anfitriãs convidando para participações especiais os percussionistas Wellington (zabumba) e Leonardo (triângulo), da Forró Iburicando, do bairro do Ibura, do Recife. Ainda prestou um tributo a Chico Science com uma versões personalizadas de Coco Dub (Afrociberdelia) e Banditismo por uma Questão de Classe.
Composta pelos irmãos Lalo (baixo e vocal), Sandro Silva (guitarra) e Dennis Kreimer (bateria), em formato power trio, a Alkymenia atraiu uma legião de fãs para o País da Música. Feliz por estar em casa, apresentou o repertório de seu álbum mais recente, gravado na Dinamarca. O grupo, aliás, é habitué do Velho Continente, onde se apresenta todos os anos.
E para finalizar a segunda noite do palco-caminhão, a veterana Sangue de Barrou comprovou porque é uma das bandas mais experientes do Estado e uma das mais queridas, sobretudo pelo público da região. Não à tôa surgiu em 18 de Maio de 1998, nada mais, nada menos, do que no aniversário da cidade.
Por quase uma hora, diante de centenas de fãs, a Sangue de Barro destilou seu repertório que vem construindo há mais de um quarto de século, com direito a novas canções, que irão integrar o próximo álbum, Quebranto (ainda sem data de lançamento). A mistura de voz, duas guitarras, baixo e bateria com zabumba e pífano denota que o DNA das influências regionais está mesmo no sangue. Com direito a mais algumas faixas bônus e um bis, foi difícil tirar os rapazes do palco. Era muita vontade de tocar e do público de assistir, por quase mais meia hora. Uma noite para marcar a importância do HC e do metal no Pernambuco Meu País.