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Josué de Castro e a agroecologia no combate à fome: um legado vivo no Recife

Josué de Castro e a agroecologia no combate à fome: um legado vivo no Recife

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Nesta quinta-feira (5), a Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria Executiva de Agricultura Urbana, homenageia o legado do médico, professor, geógrafo e cientista social Josué de Castro, um dos grandes pensadores brasileiro, com a oficina “Da terra à mesa: Práticas Agroecológicas e Segurança Alimentar e Nutricional”.

A atividade acontece no Sítio Natan Valle – Escola de Agroecologia, localizado no Cordeiro, em parceria com o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) do bairro e integra o segundo módulo do curso Cultiva Recife.

A priFotos: Divulgação/PCRmeira escola pública de agroecologia do Recife oferece, todas as quintas-feiras, das 8h às 12h, oficinas baseadas no ciclo “comer, compostar, adubar, plantar, cuidar, colher, comer”. As atividades atendem populações vulneráveis, muitas delas sem alfabetização formal, promovendo um aprendizado prático e acessível, com conceitos e técnicas diretamente aplicáveis à realidade dessas pessoas.

O curso, com duração de quatro meses, é dividido em oito módulos e aborda temas como agroecologia, soberania alimentar, plantio, ervas medicinais, plantas alimentícias não convencionais (PANCS) e gestão de resíduos sólidos.

Nas aulas práticas, os participantes aprendem desde técnicas de plantio em canteiros e bandejas até o manejo do solo, tecnologias alternativas, compostagem, uso de materiais recicláveis e produção de repelentes naturais. O espaço também conta com um projeto de aquaponia, que está em fase de cultivo e utiliza a água dos peixes para irrigar as plantas.

Wênia Francisca, 42 anos, participa do curso desde o início e trouxe o filho, Gabriel Henrique, 16 anos, para acompanhar algumas aulas com ela. “Esse curso trabalha tanto a saúde física quanto mental e o conhecimento que você adquire é muito gratificante. Cada aula traz um novo aprendizado e uma vontade maior de ter a agroecologia na vida. Quando você passa por um espaço, já começa a imaginar uma plantação ali. Os professores são muito dedicados, ensinam com atenção aos mínimos detalhes, então é impossível não aprender. Saio de cada aula já pensando na próxima, porque é um curso que desperta o interesse e a vontade de continuar aprendendo”, relata ela.

O recifense Josué de Castro, reconhecido por seu trabalho pioneiro no combate à fome e suas pesquisas sobre as causas da desnutrição, deixou um legado que continua a influenciar a forma como a agroecologia é aplicada nas cidades. O nome da escola é uma homenagem ao ativista Natanael Valle, conhecido como Natan, defensor das populações urbanas e rurais em situação de vulnerabilidade alimentar e hídrica. Natan também foi fundador e educador do Centro de Estudos e Pesquisas Josué de Castro.

“A agroecologia é uma ferramenta essencial na luta contra a fome e na construção de uma sociedade mais justa e sustentável. O Sítio Natan Valle – Escola de Agroecologia se inspira na luta e nas ideias desses dois ativistas para mostrar como elas podem ser aplicadas em um contexto urbano, promovendo a sustentabilidade e a segurança alimentar”, afirma a secretária executiva de Agricultura Urbana do Recife, Adriana Figueira.

CASA DE ACOLHIDA JOSUÉ DE CASTRO

O Recife conta agora com mais uma casa de acolhida para pessoas em situação de vulnerabilidade social que precisam de um lar. Na última sexta-feira (30), a Casa de Acolhida Josué de Castro foi inaugurada no bairro Torre. É a morada de 25 homens com idades entre 18 e 59 anos, pessoas que antes estavam vivendo num abrigo temporário, algumas delas, com deficiências. A Josué de Castro ocupa uma área de 281,57 m² num terreno de 519,90 m². A obra de requalificação imóvel custou R$ 259.805,31 e para a aquisição de mobiliário e equipamentos foram investidos R$ 150.197,46, totalizando R$ 410.002,77.

SÍTIO NATAN VALLE A Escola de Agroecologia do Recife é um marco de inovação socioambiental. Integrando sustentabilidade e inclusão social, o projeto abrange desde a implantação de tecnologias alternativas e a produção de alimentos em harmonia com o meio ambiente até o atendimento de populações em situação de vulnerabilidade socioeconômica.

Em um espaço de 7 mil metros quadrados no bairro do Cordeiro, o sítio abriga uma diversidade de espécies e realiza compostagem com resíduos orgânicos provenientes de dois restaurantes próximos e de podas realizadas pela Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb). Com 48 canteiros produtivos, a escola produz 300 mudas semanais, das quais parte é destinada a atividades diversas e unidades produtivas promovidas pela Secretaria Executiva de Agricultura Urbana (SEAU).

A iniciativa propõe uma nova forma de interação entre a cidade e a natureza em sintonia com práticas adotadas em outras cidades brasileiras que apontam novas possibilidades de organização da sociedade.

AGRICULTURA URBANA A Secretaria Executiva de Agricultura Urbana (SEAU) tem como objetivo fomentar as práticas sustentáveis de agricultura no território do município, intensificando a produção agroecológica de alimentos e ervas medicinais, a partir de hortas e pomares em áreas públicas e privadas com potencial agricultável na cidade, contribuindo para a segurança alimentar, a sustentabilidade ambiental, o fortalecimento das relações sociais e a economia solidária.

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