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Única galeria de arte contemporânea do interior de Pernambuco participa de uma das maiores feiras de arte da América Latina, no Rio de Janeiro

Única galeria de arte contemporânea do interior de Pernambuco participa de uma das maiores feiras de arte da América Latina, no Rio de Janeiro

  • Cultura

A Boi Galeria, a única de arte contemporânea em atividade no interior de Pernambuco, chega ao Rio de Janeiro esta semana para participar de uma das maiores feiras de artes da América Latina, a ArtRio. A galeria caruaruense leva a exposição o eixo virou seta para o programa Brasil Contemporâneo do evento, realizado entre os dias 25 e 29 de Setembro na Marina da Glória, no pavilhão MAR BC10. 

A exposição, que teve sua primeira edição realizada na ArtPE 2024, sintetiza bem as bases da Boi Galeria, nascida em 2021 como um anexo da Bienal do Barro, como seu caráter contra-hegemônico, carregando em seu cast artistas que vivem e desenvolvem obras a partir de dissidências de gênero, raça, sexualidade, idade e geografia, além de estabelecer diálogos entre a Arte Popular e a Arte Contemporânea, abraçando jovens e veteranos criadores, assim como novos players do mercado. 

A chegada da exposição na ArtRio 2024 marca bem as ambições da galeria de provocar as estruturas do circuito tradicional das artes visuais, desafiando as lógicas dos centros hegemônicos dela, seja os das capitais ou, como neste momento, do eixo sul-sudeste, mostrando a força do interior. O eixo virou seta conta com obras dos pernambucanos Abiniel Nascimento e Ratinho, além da paraibana Rafael Chavez. 

Conceitualmente, O eixo virou seta parte do debate proposto pela galeria, compreendendo ações artísticas como zona de contato para o exercício de mudanças geográficas, estéticas e econômicas, pensando a América Latina como o Nordeste do Ocidente. “A galeria vem crescendo, conquistando a credibilidade de colecionadores, ativando um novo campo de ação no mercado onde formação e venda andam juntos. Com um forte time de artistas entre eles Caetano Costa, Misty Queiroz, Thalyta Monteiro, Chico Dantas e Yuri Bruscky, inaugura sua participação na ArtRio com obras inéditas de três jovens artistas nordestinos que despontam no cenário nacional, como flechas diaspóricas, afirmando que no arco  da  Boi, o alvo é outro”, afirma Carlos Mélo, diretor da Boi Galeria.

Após a ArtRio, a Boi Galeria já tem mais uma parada certa. A Bienal do Barro, uma das principais mostras de arte contemporânea de Pernambuco, da qual a galeria nasce enquanto um anexo, está com sua edição 2025 confirmada em Caruaru, com mais detalhes a serem divulgados em breve. 

SOBRE A  BOI GALERIA: Idealizada pelo artista visual Carlos Mélo, ela nasce em 2021 na cidade de Caruaru, surgindo como um anexo da Bienal do Barro, com a proposta de ativar o deslocamento da arte contemporânea do centro hegemônico para o interior do estado. Desde então vem realizando um trabalho que desafia o circuito tradicional, aproximando a arte contemporânea do público comum, ativando players do mercado como arquitetos e jovens colecionadores, além de realizar o acompanhamento de jovens artistas. 

SOBRE OS ARTISTAS: 

Abiniel Nascimento –  Natural de  Carpina, vive e trabalha no Recife.  É bacharel em Museologia e discente do mestrado em Artes Visuais; dentre as exposições, festivais e residências que participou conta com as exposição individual “ACEIRO”, nas galerias Massangana e Baobá (Recife – PE) fruto do prêmio de residência artística da Fundação Joaquim Nabuco em 2022; o festival “Radical Sounds Latin America” em Berlim (2023); e das residências no Pivô – Arte e Pesquisa (São Paulo – SP, 2023), Saúva (Botucatu – SP, 2024) e na Galerie Paradise (Nantes – FR, 2022). Tem interesse pelas transmutações da presença como fundamento de suas investigações – sejam elas poéticas e/ou filosóficas. O avesso do arquivo, da memória e da ausência são conceitos chaves para a estrutura de pensamento engendrada pela sua obra. 

Ratinho – Nascido em Caruaru, e residindo no Alto do Moura, o artista se inspira nas tradições locais estabelecidas por mestres como Vitalino e Galdino, mas atualiza essas influências com suas próprias interpretações contemporâneas. A conexão do Ratinho com a música e o cinema é evidente em sua obra, que muitas vezes exibe uma qualidade imagética e lisérgica, evocando a força primordial do barro e as histórias que ele representa.  Seu ateliê, com paredes de barro, proporciona uma experiência imersiva, em que o ambiente se funde com a criação artística, intensificando sua prática. O reconhecimento de seu trabalho se estende além do Brasil, com exposições e coleções em países como Canadá, Bélgica, Portugal e Argentina.

Rafael Chavez – Artista plástica trans de Santa Luzia, Paraíba. Suas obras falam das interseções entre corpo, paisagem, identidade e espiritualidade, tendo essa vivência atravessada pela intensidade dos mistérios do sertão nordestino da caatinga, e sua fauna e flora. Com habilidades em óleo, acrílica, aquarela, pintura digital, animação e escultura, Rafael dialoga também sobre pertencimento e corporeidades queer. Desafiando normas, sua poética celebra a diversidade e as possibilidades do desconhecido. 

Serviço

Exposição “o eixo virou seta”, da Boi Galeria, na ArtRio

Dias 25 a 29 de setembro

Programa Brasil Contemporâneo

Marina da Glória (Av. Infante Dom Henrique, s/n, Glória, Rio de Janeiro)

Ingressos:  artrio.com/tickets

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