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Cérebro em ação: interface cérebro-máquina transforma o ‘pensar no agir’ em pacientes neurológicos

Cérebro em ação: interface cérebro-máquina transforma o ‘pensar no agir’ em pacientes neurológicos

  • Saúde

Pacientes neurológicos que sofreram Acidente Vascular Cerebral (AVC), por exemplo, e ficaram com movimentos limitados, podem contar com o auxílio da interface cérebro-máquina para o seu tratamento. Através da ativação cerebral, a órtese (dispositivo que ajuda nas funções de um membro) se mexe, ou seja, em resumo, transforma o “pensar no agir”.

A pessoa que não tem condições de se mover por conta da lesão cerebral pensa no movimento da mão, o equipamento envia o comando e a órtese se mexe de acordo com o desejo do paciente. Em Pernambuco, a Clínica Fisio FPS e a Neurobots tiveram trabalho aprovado pela Sociedade Americana de Terapias de Mãos e concederão palestra sobre o assunto em março de 2025, em Washington, nos Estados Unidos.

“Isso vai ajudar na neuroplasticidade. A mão dele, que não está funcionando adequadamente, vai se movimentar com a órtese graças ao cérebro. Além do que, para pensar no movimento, você vai ter que estabelecer memórias que muitas vezes já estão em desuso”, explicou Marcela Moreira, coordenadora da Clínica Fisio FPS.

De acordo com a fisioterapeuta, outro benefício é que o movimento não acontece “à toa”. Para ele ser realizado, o paciente precisa estar bem concentrado, envolvido na atividade. Desse modo, é preciso um trabalho motor, cognitivo, perceptual e vários outros domínios que estão sendo estimulados. Os estudos sugerem um resultado superior quando se compara a terapia convencional.

MAIS SOBRE AS ICMs

As interfaces do tipo cérebro-máquina (ICMs) ou interfaces cérebro-computador (ICC) são campos multidisciplinares que evoluíram durante a última década. Em um sistema de ICM, os sinais neurais registrados no cérebro são passados para um algoritmo de decodificação que os traduz em desempenho motor, tal como controlar um cursor de computador, dirigir uma cadeira de rodas ou comandar um braço robótico.

Normalmente, um circuito de controle fechado é estabelecido para fornecer ao sujeito informação visual sobre o dispositivo de prótese. Os ICMs têm potencial para melhorar a qualidade de vida de milhões de pessoas que sofrem de lesão na medula espinhal, acidente vascular cerebral, esclerose lateral amiotrófica e outras condições incapacitantes graves.

ESTADOS UNIDOS

Marcela Moreira e Luciana Santos embarcam para os Estados Unidos, mais precisamente em Washington, em março de 2025, para palestra sobre a “Interface cérebro-computador para função manual entre pacientes neurológicos”. Ambas representarão a Faculdade Pernambucana de Saúde e a Neurobots em evento promovido pela Sociedade Americana de Terapias de Mãos.

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