Com apelos de mais unidade na igreja, acolhendo as diferentes camadas da sociedade, a Campanha da Fraternidade 2021 foi lançada, nesta quarta-feira (17), em todo o país. Em Pernambuco, a iniciativa contou com uma programação na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB NE2), localizada no bairro da Boa Vista, no Recife.
Este ano, o trabalho liderado pelos católicos traz como tema “Fraternidade e diálogo: compromisso de amor”. Em tempos de pandemia, o movimento apresenta, também, críticas a negação da ciência e o desrespeito ao distanciamento social. A pauta ainda assinala a problemática da violência contra mulheres, negros, indígenas e pessoas LGBTIQ+.
O ato ecumênico, na capital pernambucana, contou com músicas e até uma roda de ciranda, trazendo uma vertente regional. Os discursos foram breve e alternaram entre representantes de vários grupos cristãos, como batistas, episcopais, luteranos e presbiterianos.
A proposta, segundo a direção, é de convidar as pessoas a identificarem caminhos para a superação das polarizações e dos ataques que marcam o cenário atual. “Queremos reunir forças e trazer uma campanha que promova efetivamente a fraternidade. Nós não somos do ódio, da agressão ou da guerra. O que nos identifica deve ser o amor. É algo que deve se fazer presente no diálogo com o estado, com as autoridades, mas também em família, dentro e fora da nossa casa”, ressaltou o coordenador arquidiocesano para o ecumenismo, padre Fábio Santos, que também é pároco das Graças.
Neste ano, a campanha apresenta o lema “Cristo é a nossa paz: do que era dividido, fez uma unidade”, extraído da carta de São Paulo aos Efésios. Desde o seu anúncio, a edição tem sido alvo de polêmicas, envolvendo lideranças e alas católicas mais conservadoras.
Por meio das redes sociais, grupos acusam líderes religiosos de terem aderido a supostas pautas abortistas e anticristãs. A visão é rebatida pelos organizadores. “Temos um mundo tão prejudicado pelo preconceito e tantas exclusões, que qualquer movimento que busca a unidade, acaba sendo visto como desnecessário ou radical. Devemos enxergar de outra maneira, estando dispostos a fazer a diferença”, ressalta Artur Campos Ferreira, que representou a igreja Luterana.