O início de um relacionamento abusivo nem sempre é marcado por agressão física. Normalmente, ele se inicia com a violência psicológica, com xingamentos e termos que têm o objetivo de menosprezar a pessoa. Em certos casos, o comportamento abusivo mantém seu padrão, mas pode se transformar em outras formas de violência, como a patrimonial, sexual e moral. Por isso, para chamar a atenção ao tema, foi estabelecida pela Lei 2.585/2021, em Pernambuco, a Semana Estadual de Combate ao Relacionamento Abusivo, que acontece de 25 a 31 de agosto.
A psicóloga e docente do Centro Universitário dos Guararapes (UNIFG), Cynthia Andressa, destaca e chama atenção para alguns sinais de como pode ser uma relação abusiva. “O controle que o parceiro ou a parceira deseja ter sobre a outra pessoa, a tentativa de afastamento do ciclo social para que a dominação aumente, palavras ofensivas que visam diminuir, a falta de respeito com a privacidade do outro, além da pessoa agir de forma passivo-agressiva, com ciúme excessivo e chantagem, são alguns sinais que devem ser observados”, informa.
Depois de reconhecer os sinais de que está em uma relação abusiva, é fundamental que a pessoa que está sendo maltratada considere as opções e ações a serem tomadas, como procurar ajuda e apoio de pessoas em quem confia. Em situações mais graves, além do suporte de amigos e familiares, é necessário acionar a polícia.
“Não é fácil sair de um relacionamento abusivo sozinha. Converse com pessoas que passaram por situações semelhantes. O apoio de quem já viveu uma relação assim e superou pode ser o combustível para você se inspirar e agir. É importante, também, fazer psicoterapia, pois é um apoio fundamental para a vítima reagir e passar por essa transição de vida da melhor forma possível”, destaca Cynthia Andressa.
Já para quem acolhe uma pessoa que passa por esse tipo de situação, a psicóloga reforça que jamais a vítima deverá ser julgada. “Inicialmente, é necessário acolher, mas jamais julgar ou pressionar. Outra situação que não deve ser colocada em prática se refere a não cobrar ou questionar sobre o término do relacionamento, pois isso poderá fazer com que a pessoa se afaste de você. É importante também começar pelo que é possível: questione a pessoa sobre como pode ajudá-la, ofereça abrigo, tente tirá-la do isolamento. Além disso, ajude a pessoa a se informar”, conclui a docente.