O comércio exterior de Pernambuco registrou retração em agosto de 2025. As exportações somaram US$ 89 milhões, uma queda de 42% em relação a julho e um recuo de 49% na comparação com agosto de 2024. Apesar do resultado mensal negativo, o acumulado de janeiro a agosto aponta crescimento: foram US$ 1,5 bilhão exportados, um avanço de 21% em relação ao mesmo período do ano passado.
Os dados, levantados e analisados pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Pernambuco (Fecomércio-PE), têm como base o portal Comex, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
No caso das importações, o estado registrou US$ 526 milhões em agosto, o que representa uma redução de 18% em relação a julho e uma retração de 25% na comparação com agosto de 2024. Já no acumulado do ano, Pernambuco importou US$ 4,9 bilhões, registrando um recuo de 2,8% em relação ao mesmo período de 2024.
Agosto marcou o primeiro mês após a aplicação das novas tarifas sobre produtos brasileiros destinados aos Estados Unidos. A alíquota de 50% reduziu a competitividade de diversos itens, resultando na queda das exportações pernambucanas para o mercado norte-americano. Na comparação com agosto de 2024, as exportações diminuíram em US$ 7 milhões, enquanto as importações registraram uma queda de US$ 6 milhões no mesmo período.
Entre os itens mais exportados por Pernambuco em agosto, destacam-se: chapas de PET (US$ 661.154), outras lagostas (US$ 527.359), sucos de outras frutas (US$ 294.978) e pias e lavatórios para sanitários de cerâmica (US$ 271.558).
No mês de agosto, não foram registradas exportações de açúcar de cana para os Estados Unidos — produto que, historicamente, liderou as exportações pernambucanas para o mercado norte-americano nas últimas duas décadas.
Com isso, o saldo comercial de Pernambuco no mês foi negativo em US$ 437 milhões, e a corrente de comércio, soma de exportações e importações, totalizou US$ 615 milhões.
Para o presidente da Fecomércio-PE, Bernardo Peixoto, os números reforçam a necessidade de fortalecer a inserção de Pernambuco no mercado internacional. “O resultado de agosto apresentou os desafios iniciais que a taxação sobre produtos brasileiros para os Estados Unidos, que influenciam a competitividade das exportações pernambucanas. A Fecomércio PE acompanha mensalmente esses números por meios de painéis interativos para apoiar estratégias institucionais para contornar essa nova barreira”, destaca.