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Suplemento alimentar: Especialista explica por que nem todos podem usar

  • Saúde

O uso de suplementos alimentares cresceu exponencialmente nos últimos anos, impulsionado pela busca por mais energia, disposição e bem-estar. Mas segundo a endocrinologista e metabologista Dra. Jacy Maria Alves, nem todas as pessoas precisam (ou podem) fazer uso desses produtos sem acompanhamento médico.

“A suplementação deve ser sempre personalizada e baseada em inquérito alimentar, avaliação clínica minuciosa e exames laboratoriais. O que faz bem para um pode fazer mal para outro”, explica.

A moda da suplementação e os riscos do uso indiscriminado
Nas redes sociais, influenciadores e entusiastas do estilo de vida saudável popularizaram o consumo de vitaminas, minerais e compostos como colágeno, ômega-3 e whey protein.

Mas, segundo a Dra. Jacy Alves, a automedicação é um dos principais erros cometidos por quem busca melhorar a saúde por conta própria.

“As pessoas acreditam que, por ser natural, o suplemento é inofensivo, e não é bem assim. O excesso de determinadas vitaminas ou minerais pode causar sobrecarga no fígado e nos rins, além de alterar o metabolismo e interferir em outros nutrientes essenciais”, alerta.

Ela cita exemplos práticos: O consumo exagerado de vitamina D, sem acompanhamento médico, pode causar hipercalcemia, aumentando o risco de cálculos renais, constipação, fadiga e em casos mais graves, arritmias, confusão mental, letargia, coma e levar até a óbito. Já a suplementação de ferro em pessoas sem deficiência pode levar a intoxicação e danos hepáticos, por exemplo.

Como saber se você realmente precisa de suplementação?
De acordo com a especialista, o primeiro passo é uma avaliação médica completa – centrada principalmente em uma boa anamnese e exame físico – e exames laboratoriais e outros exames complementares que sejam pertinentes ao raciocínio clínico. “Só assim é possível prescrever o tipo certo, na dosagem adequada e pelo tempo necessário”, afirma a Dra. Jacy.

Nesse processo, o inquérito alimentar é fundamental para mapear padrões de consumo, identificar insuficiências reais, entender o contexto do paciente (rotina, preferências, restrições e acesso a alimentos) e diferenciar o que é falta de ingestão do que pode ser um problema de absorção ou interação medicamentosa.

Ela reforça que alguns grupos, como gestantes, idosos, atletas, pessoas em processo de perda de peso (tratamento de obesidade, pós-cirurgia bariátrica), pessoas com comorbidades e pessoas com restrições alimentares, podem precisar de suplementação, mas mesmo nesses casos o acompanhamento é essencial.

“A suplementação deve ser uma ferramenta de correção e manutenção, não uma rotina permanente. Cada fase da vida e cada organismo têm necessidades específicas”, explica.

Alimentação: A principal fonte de nutrientes
Embora os suplementos possam ser úteis, a médica destaca que eles não substituem uma alimentação equilibrada. A prioridade deve ser sempre o consumo de alimentos variados, ricos em vitaminas, minerais e antioxidantes naturais.

“O corpo foi feito para absorver nutrientes dos alimentos. Frutas, verduras, proteínas de boa qualidade e gorduras saudáveis são suficientes, na maioria dos casos, para garantir as necessidades diárias de pessoas saudáveis”, afirma.

Ela ainda destaca que a biodisponibilidade, ou seja, a capacidade do organismo de absorver o nutriente, é muito maior quando ele vem de fontes naturais.

“Em uma refeição balanceada, os nutrientes atuam em conjunto, potencializando a absorção. Já no suplemento, eles chegam isolados, o que pode reduzir a eficiência e até causar desequilíbrios”, acrescenta.

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