Nasci no Recife, mas conheci a cidade de Caruaru, no Agreste de Pernambuco, em 1989. Quando cheguei, a cidade era famosa pela sua feira. “De tudo que há no mundo, nela tem pra vender”, já musicava Luiz Gonzaga através das letras do compositor caruaruense Onildo Almeida.
Naquela época, as maiores lembranças são dos passeios na feira de artesanato, na feira da sulanca, na feira do Paraguai… era feira que não acabava mais. Também me recordo dos palhoções que cada rua fazia para brincar o são João com fogueira, milho assado e muito forró pé de serra. No alto dos meus sete anos, ir até o espaço que tinha na frente da feira de artesanato para comprar fogos era um momento de felicidade muito grande.
Passei dois anos morando aqui, mas não foi dessa vez que me apaixonei por Caruaru. Voltei pra Recife… e em 1993, estava eu por aqui novamente. Dessa vez pra passar um período maior: 1993-2002.
Nesse tempo, pude acompanhar várias transformações na Capital do Agreste: criação do Pátio do Forró, crescimento do São João, chegada de novas faculdades, melhoria do polo médico, inauguração do primeiro shopping… participei da drilhas, dos shows no Palladium (a casa de shows dos anos 2000 kkkkk) e no Forrozão e vi o dia amanhecer dançando forró com os shows do mês de junho.
Foi uma época de crescimento pra cidade e grandes momentos para os moradores daqui, mas ainda não foi dessa vez que me apaixonei por Caruaru. Voltei para Recife em julho de 2002. Para estudar e fazer a minha vida por lá, mas a Capital do Forró insistia em permanecer na minha vida e não era apenas no mês festivo que abrigava a maior festa da cidade.
Recebi o convite para voltar a morar na cidade em 2009. Pensei, refleti, relutei, mas vim… E aqui estou desde então. Nesse tempo acompanhei o crescimento industrial da cidade, a chegada de uma universidade federal, construção de outros shoppings e espaços para moda e confecção.
Hoje, a Capital do Agreste tem tudo que uma cidade grande tem. Ninguém mais precisa buscar os grandes centros para estudar, se medicar, se divertir ou trabalhar. Caruaru oferece tudo isso, com aquele jeitinho e carinho de cidade do interior. E ainda com a emoção de presentear os moradores com aqueles “estrodos” emocionantes, de vez enquando.
Na verdade, acho que os tremores de terra são quando os corações de quem mora por aqui se juntam e resolvem bater num pulso só. E o meu bate junto também, pois, finalmente, consegui me apaixonar por Caruaru e enxergar toda grandiosidade desta terra.
Parabéns, Caruaru!
“Caruaru, obrigado Caruaru
Se tou no Norte, se tou no Sul
Nunca me esqueço de Caruaru…”
(Luiz Gonzaga)