Uma das dores mais comuns nos dias atuais é a que acomete a coluna, principalmente na região lombar inferior. Essa é a característica da Lombalgia, doença provocada, principalmente, por má postura, sobrepeso, fatores genéticos, falta de atividade física, por exemplo. Outros fatores podem ocasionar dores na região como hérnia de disco, artrose ou até tumores. A Organização Mundial da Saúde estima que cerca de 80% da população mundial sofre ou sofrerá com dores lombares; nos consultórios médicos, a Lombalgia é o segundo motivo que leva as pessoas a procurar um médico, perdendo só para as dores de cabeça. E a incidência tem aumentado em tempos de pandemia que têm levado as pessoas a trabalharem no esquema de home office.
A Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – SBOT – elenca dois dos principais sintomas para a Lombalgia: dor que se inicia de maneira súbita na região lombar e a irradiação ocasional da dor para os glúteos e/ou coxas, chegando aos joelhos. Trata-se de uma dor que se agrava com o movimento, ao sentar-se, parar, levantar objetos ou inclinar-se. “Para iniciar um tratamento, é preciso conhecer a rotina do paciente, quais as atividades que ele exerce no seu dia a dia: se é sedentário, se está com sobrepeso ou se tem uma genética que propicie o surgimento da dor lombar. A partir dessa anamnese, nós especialistas atuamos diretamente nas causas”, explica o especialista em coluna Thiago Pedro, ortopedista da clínica SEOT (Santa Efigênia Ortopedia e Traumatologia), com sede em Caruaru, Agreste de Pernambuco.
Após este primeiro mapeamento para se identificar a origem da Lombalgia, os especialistas prescrevem exames complementares de imagem como raio-X, tomografia computadorizada e ressonância magnética. “É preciso uma investigação minuciosa para ter certeza do que leva o paciente a ter as dores na região lombar. Uma vez descoberta a real causa, inicia-se a fase de tratamento, que vai da prescrição de medicamentos adequados e devidamente prescritos, passando por compressas quentes para o relaxamento muscular em sessões de fisioterapia – em alguns casos RPG ou Pilates – até mesmo a cirurgia, em casos mais extremos”, comenta Thiago Pedro. O principal objetivo do tratamento da Lombalgia aguda é aliviar a dor, melhorar a habilidade funcional e prevenir recorrência e cronicidade.
O especialista em coluna faz um alerta em relação à automedicação: “É uma situação muito comum, quando as pessoas ouvem opiniões de parentes ou amigos sobre a eficácia de algum medicamento ou vão à farmácia e compram remédios sem prescrição médica. Elas não se dão conta dos riscos que correm, podendo desenvolver problemas em outros órgãos como o estômago, onde pode surgir gastrite ou úlcera, e os rins, além de ficar à mercê de um alto grau de dependência. Tudo isso só faz esconder a causa da dor, que se torna aguda com o passar do tempo, aparecendo com mais intensidade e frequência. Se a pessoa sofre com dores na coluna, o conselho é procurar imediatamente um especialista em coluna para descobrir as suas causas e, assim, obter um tratamento específico e mais eficaz para a cura do problema”.