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Adolescente com leucemia comemora ao saber que irmã tem medula óssea compatível: “Chance de cura e recomeço”

Adolescente com leucemia comemora ao saber que irmã tem medula óssea compatível: “Chance de cura e recomeço”

  • Saúde

Natural de Carnaíba, no Sertão pernambucano, Otávio Luiz, de 14 anos, teve sua vida transformada ao ser diagnosticado com Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA). O adolescente realiza o tratamento no Centro de Oncohematologia Pediátrica (CEONHPE) do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC) e recebe apoio do Grupo de Ajuda à Criança Carente com Câncer – Pernambuco (GAC-PE). Após seis meses de tratamento com medicamentos e quimioterápicos, Otávio se preparará para o transplante de medula óssea, com sua irmã de 12 anos sendo a doadora compatível. O procedimento ocorrerá nesta sexta-feira (13).

O número de coletas de células de medula óssea pelo Sistema Único de Saúde (SUS) tem registrado crescimento nos últimos anos. Em 2022, foram disponibilizados 382 produtos celulares para transplantes, número que subiu para 398 em 2023. Até novembro de 2024, houve um aumento de 8%, totalizando 431 células-tronco de medula óssea para doação. Os dados são do Ministério da Saúde.

“Tudo começou quando comecei a sentir dores nas pernas, febre persistente e precisei do auxílio de uma cadeira de rodas para me locomover. Cheguei a perder 4kg em apenas um mês”, conta Otávio. Até que os médicos chegassem finalmente a uma suspeita de que se tratava de uma leucemia, foram várias visitas ao posto de saúde do município. Foi no Hospital Universitário Oswaldo Cruz que a família recebeu que a anemia se tratava, na verdade, de uma Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA).

Segundo a médica oncologista pediatra e presidente do GAC-PE, Vera Morais, os sintomas da Leucemia podem ser confundidos com outras doenças comuns na infância, como a virose. “Os sintomas mais comuns são febre, anemia, fraqueza, sangramento orais e nasais, manchas roxas na pele, infecções, aumento dos gânglios, baço e do fígado”, explica. “Toda vez que uma criança apresentar esses sintomas, somado a alterações no exame de sangue, podemos pensar em Leucemia”, alerta.

“Otávio teve uma resposta parcial ao tratamento que foi realizado e por isso será submetido ao transplante de medula. Por isso estamos torcendo para que dê tudo certo e que ele, enfim, se cure”, completa a oncologista Terezinha Marques Salles.

Foi então que a equipe médica indicou que ele deveria fazer o transplante de medula óssea. “Durante o tratamento ele sofreu muito. Não conseguia tomar banho sozinho, teve muitas reações durante o processo. Nos dias de fazer a quimioterapia ficava muita apreensiva com tudo o que estava acontecendo”, relata Ana Paula, mãe de Otávio.

O transplante de medula se tornou a esperança de Otávio de recomeçar e realizar seus sonhos. “A primeira pergunta que o médico fez foi se eu tinha algum irmão de sangue. E eu tenho uma irmã mais nova, que será minha salvação, porque a médica disse que ela é 100% compatível. Essa notícia me emocionou e fez eu ter muita esperança com chances reais de cura e recomeço”, comemora Otávio Luiz.

Sobre o transplante de medula

De acordo com o Inca (Instituto Nacional do Câncer), a medula óssea é um tecido gelatinoso que ocupa o interior dos ossos, sendo popularmente conhecida como “tutano”. Nela, são produzidos os componentes do sangue: as hemácias (glóbulos vermelhos), os leucócitos (glóbulos brancos) e as plaquetas. As hemácias transportam oxigênio dos pulmões para as células do corpo e removem o gás carbônico das células, levando-o de volta aos pulmões para ser expirado. Os leucócitos defendem o organismo contra infecções, e as plaquetas são responsáveis pela coagulação do sangue.

Ainda segundo o Instituto, para que um transplante de medula óssea seja realizado, é necessário que haja total compatibilidade entre o doador e o receptor. Caso contrário, a medula será rejeitada. Essa compatibilidade é determinada por um conjunto de genes localizados no cromossomo 6, que devem ser iguais entre doador e receptor.

A análise de compatibilidade é realizada por meio de testes laboratoriais específicos, a partir de amostras de sangue do doador e do receptor, conhecidos como exames de histocompatibilidade. Com base nas leis da genética, as chances de encontrar um doador ideal entre irmãos (mesmo pai e mesma mãe) são de 25%, conforme explica o Instituto Nacional de Câncer.

Sobre o GAC-PE

Uma Organização da Sociedade Civil que há 28 anos presta serviço de qualidade durante o tratamento do câncer infantojuvenil em Pernambuco. Em 2024, foram mais de 4 mil atendimentos realizados às crianças e familiares.

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