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Além do corpo, o câncer de mama afeta mais a saúde mental das mulheres

  • Saúde

O Outubro Rosa é um movimento global que reforça a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama. Porém, além da luta física contra a doença, existe um desafio silencioso que ainda recebe pouca atenção: o impacto na saúde mental das mulheres que enfrentam o diagnóstico.

O médico psiquiatra Dannilo Isidoro explica que o câncer de mama não se limita às questões clínicas, mas também mexe profundamente com o emocional da paciente. “É comum que a mulher enfrente sentimentos de medo, ansiedade, tristeza e insegurança. O tratamento oncológico traz mudanças físicas visíveis, como a queda de cabelo e a retirada da mama, que afetam diretamente a autoestima e a percepção de feminilidade. Isso pode desencadear quadros de depressão e ansiedade que precisam ser acompanhados com cuidado”, ressalta.

A sobrecarga emocional não é pequena. Além do impacto na autoimagem, muitas mulheres relatam dificuldade em lidar com as incertezas do tratamento, preocupação com a família, afastamento das atividades rotineiras e até desafios nas relações afetivas e sexuais.

Outro ponto levantado por Isidoro é que os próprios efeitos colaterais dos tratamentos, como fadiga, alterações hormonais, insônia e dores persistentes, podem intensificar o desgaste emocional. Por isso, o acompanhamento multiprofissional é essencial. “O suporte psicológico e psiquiátrico ajuda a fortalecer a resiliência, reduzir o sofrimento emocional e dar melhores condições para que a paciente siga firme no processo de cura”, enfatiza.

Durante o Outubro Rosa, o alerta vai além da prevenção: é preciso enxergar a mulher em sua totalidade. O diagnóstico precoce salva vidas, mas a forma como a paciente é acolhida emocionalmente durante o tratamento pode definir não apenas o desfecho clínico, mas também a qualidade de vida ao longo da jornada.

“É fundamental que a mulher não se sinta sozinha. A rede de apoio familiar, amigos e profissionais de saúde é parte indispensável dessa luta. Quando ela se sente amparada, tem mais condições de enfrentar a doença com esperança e dignidade”, conclui o psiquiatra.

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