No dia 6 de abril, é celebrado o Dia Mundial da Atividade Física, criado para conscientizar a população sobre a importância do movimento para uma vida mais saudável. Neste contexto, destaca-se os impactos positivos da prática regular de exercícios físicos na prevenção de doenças cardiovasculares, uma das principais causas de morte no Brasil e no mundo.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), doenças do coração, como infarto e acidente vascular cerebral (AVC), estão diretamente relacionadas a fatores como sedentarismo, alimentação inadequada e tabagismo. A prática regular de atividade física contribui significativamente para a redução desses riscos, ajudando a controlar a pressão arterial, os níveis de colesterol, o peso corporal e a melhorar a circulação sanguínea.
“A atividade física regular fortalece o músculo cardíaco, melhora a circulação sanguínea e reduz fatores de risco como hipertensão, diabetes e colesterol elevado. Além disso, promove a dilatação dos vasos sanguíneos, reduzindo a resistência vascular e ajudando no controle da pressão arterial. O exercício também contribui para a redução da inflamação sistêmica e melhora a variabilidade da frequência cardíaca, fatores associados a um menor risco cardiovascular”, explica Carlos Japhet, cardiologista do Hospital Santa Joana Recife.
O médico informa, ainda, sobre a relação entre o sedentarismo e o risco de problemas cardíacos. “O sedentarismo está diretamente associado a um maior risco de doenças cardiovasculares, pois contribui para o aumento do colesterol LDL, considerado ruim, redução do HDL, que é o bom, resistência à insulina, obesidade e hipertensão. A inatividade física pode levar a um aumento da inflamação crônica e a um menor controle do tônus vascular, fatores que elevam a probabilidade de infarto e acidente vascular cerebral (AVC)”.
Se tratando do controle da pressão arterial, o médico explica que o exercício melhora a elasticidade dos vasos sanguíneos, favorecendo a produção de óxido nítrico, que dilata os vasos, reduz a resistência vascular periférica e diminui a atividade do sistema nervoso simpático. “Também auxilia na redução do peso e no controle do estresse, fatores que contribuem para a regulação da pressão arterial”, acrescenta.
Ainda de acordo com o cardiologista, o recomendado é realizar, pelo menos, 150 a 300 minutos de exercício aeróbico moderado, como caminhada rápida, ou 75 a 150 minutos de exercício aeróbico intenso, como corrida, por semana. Exercícios de fortalecimento muscular, pelo menos duas vezes por semana, também são considerados significativos para a saúde. Esse volume reduz significativamente o risco cardiovascular. “No entanto, benefícios já são observados com quantidades menores de atividade, especialmente para pessoas sedentárias”, destaca Japhet.
Cuidados necessários
Pessoas com doenças cardíacas podem praticar exercícios, mas com orientação médica. “Pacientes com doenças cardiovasculares, como insuficiência cardíaca ou histórico de infarto, devem passar por uma avaliação cardiológica antes de iniciar um programa de exercícios. Em muitos casos, a reabilitação cardíaca supervisionada é recomendada. Os cuidados incluem monitorar sintomas como dor no peito, falta de ar ou tontura, evitar exercícios extenuantes sem preparo adequado, manter hidratação e evitar treinos em temperaturas extremas e respeitar os limites do corpo, progredindo gradualmente”, alerta o especialista.