Chegou ao fim, essa semana, mais uma edição do reality show de maior audiência da TV brasileira. Eu sou suspeita pra falar porque sou telespectadora assídua e este ano tive a honra de estar a frente do BBB na TV Asa Branca, com programetes semanais com resumo e comentários.
Mas confesso que o que mais me fascina no BBB é acompanhar a aplicação do branding na prática em 22 marcas pessoais que estão na disputa pelo maior tempo de permanência dentro do programa, pois é isso que vai garantir mais visibilidade, mais espaço para expor seu posicionamento e, consequentemente, atribuir mais valor comercial a sua imagem. Ah…tem a possibilidade de ganhar o prêmio em dinheiro, mas em tempos de redes sociais, o R$1,5 milhão fica em segundo plano.
Metade dos participantes já é marca conhecida em seus nichos, que são os camarotes, a outra metade são desconhecidas do público e estarão disputando atenção. Mas todas as marcas pessoais que estão no programa, conhecidas ou não, estão dispostas a buscar a validação do público e entrar na galeria dos mais lembrados do programa.
O que faz cada um ser lembrado nem sempre é algo intencional, mas ele precisa ser real e coerente com o que a pessoa é, por isso para o participante, seja ele pipoca ou camarote, é importante fazer um planejamento prévio, principalmente, com quem vai administrar as redes sociais porque elas são a extensão da participação dele na casa.
Desde a edição 20, as pessoas já entram com mais consciência de que são uma marca e por isso já se preparam psicologicamente, preparam uma equipe, uma identidade visual que transmita o espírito do participante, a forma de se comunicar através dos textos, vídeos que mostrem quem o participante é fora da casa, como se veste, que música gosta de ouvir, são alguns dos elementos que ajudam o telespectador a construir uma imagem do participante, gerar identificação e decidir se vai torcer por ele ou não.
Mesmo após 22 edições, não há participante que revele a receita do sucesso. Mas já ficou claro que mostrar valores de marca e não coerentes com a realidade é a receita do fracasso.
Na edição do BBB21, vimos um exemplo de crise de imagem por incoerência de valores de marca quando a participante Karol Conká, que construiu sua imagem como cantora com valores como empoderamento da mulher, luta contra preconceito racial em suas letras de músicas, nas suas falas em entrevistas e redes sociais, e diante do programa ela se mostrou grosseira com um participante negro, desrespeitosa e preconceituosa com outras colegas mulheres.
E a lição de branding pessoal que o BBB mais nos ensina é que a autenticidade deve vir antes da gestão de marca eficiente. Sem o conhecimento prévio de quem se é, com pontos fortes e fracos, sua marca pessoal vira um modelo de ser perfeito e desumanizado.
Nossa! Muito boa essa perspectiva. Sinto que o branding esta de certa forma ligado ao auto conhecimento. A expressar quem realmente você é na sua forma mais pura. Tornando-se então, uma jornada difícil e perigosa se não for de fato genuína.