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Com coleta seletiva e reciclagem, municípios reduzem custos com transporte e geram impacto positivo na comunidade

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O transporte de resíduos representa, atualmente, um dos maiores custos da gestão pública em municípios que não possuem sistemas estruturados de coleta seletiva e reciclagem. De acordo com a Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (ABREMA), os gastos com transporte e disposição final de resíduos podem consumir até 20% do orçamento destinado à limpeza urbana em cidades brasileiras de porte médio.

Quando um município não dispõe de coleta seletiva e reciclagem, tanto o lixo orgânico quanto os materiais recicláveis são enviados para aterros sanitários, geralmente localizados a maiores distâncias. Isso gera altos custos com o transporte, incluindo investimentos em caminhões e combustível, por exemplo. Essa situação poderia ser evitada, pois os recicláveis — plástico, vidro, papel e metal — acabam sendo enterrados quando deveriam ser reciclados, conforme determina a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).

Com a implantação de um sistema de coleta seletiva e reciclagem, os materiais recicláveis deixam de ser enviados aos aterros e passam a ser processados por cooperativas formadas por catadoras e catadores, sendo posteriormente vendidos para as recicladoras. Esse processo gera trabalho e renda digna para os profissionais que atuam na cadeia da reciclagem. Além disso, contribui para evitar o reaparecimento dos lixões a céu aberto — extintos em Pernambuco desde 2023 —, apesar das constantes fiscalizações dos órgãos competentes.

Ciente dessa realidade, o Governo do Estado de Pernambuco, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, Sustentabilidade e de Fernando de Noronha (Semas-PE), lançou o programa Recicla+Pernambuco, em parceria com o Instituto Recicleiros. A iniciativa tem como objetivo apoiar o desenvolvimento de políticas públicas que promovam o aumento dos índices de reciclagem e a inclusão socioeconômica de catadores no estado. O processo inclui a qualificação gratuita de gestores públicos, oferecida por meio da plataforma online Academia Recicleiros do Gestor Público.

Os municípios interessados em economizar com transporte de resíduos e gerar trabalho e renda para catadores devem se inscrever no Recicla+Pernambuco até 15 de junho em www.recicleiros.org.br/pe.

“O Recicla+Pernambuco surgiu como uma política pública de apoio aos gestores de cada município. Fizemos oficinas presenciais e realizamos mentorias para detalhar a ação e engajar quem precisa participar. Essa é uma oportunidade única para que os municípios e consórcios pernambucanos consigam alavancar a gestão dos resíduos sólidos no nosso estado”, ressalta o chefe de gabinete da Secretaria de Meio Ambiente, Sustentabilidade e de Fernando de Noronha, Danilo Nogueira.

Seleção de quatro municípios ou consórcios para investimentos

Além de qualificar gestores municipais para o desenvolvimento de políticas públicas de coleta seletiva e reciclagem, a iniciativa também selecionará quatro municípios ou consórcios para a implantação do projeto de coleta seletiva do zero.

Serão destinados quase R$ 30 milhões para reformas, aquisição de máquinas e equipamentos para a montagem de Unidades de Processamento de Materiais Recicláveis (UPMRs), campanhas de comunicação voltadas à população, assessoria técnica de longo prazo para a formação dos catadores, capital de giro limitado e apoio técnico à municipalidade.

Recicla+Pernambuco é baseado no consolidado Programa Recicleiros Cidades

O projeto Recicla+Pernambuco baseia-se na experiência de 18 anos do Instituto Recicleiros e do Programa Recicleiros Cidades, que atualmente incubam 14 sistemas municipais de coleta seletiva com a participação de cooperativas de catadores em onze estados brasileiros, incluindo Serra Talhada (PE).

O programa promove a reciclagem inclusiva e sustentável nos municípios, conectando todos os envolvidos no processo para garantir que a reciclagem seja eficiente, de alto impacto e economicamente viável. O Recicleiros oferece às prefeituras conhecimento técnico, parcerias e investimentos para auxiliar na implementação da coleta seletiva e da reciclagem como políticas públicas perenes.

Além disso, introduz um novo modelo de centrais de reciclagem: unidades modernas, seguras e eficientes, equipadas com tecnologia avançada e gestão profissional. Essas centrais geram oportunidades de trabalho e oferecem capacitação contínua para pessoas em situação de vulnerabilidade social e econômica.

Em paralelo, o Recicleiros e a cooperativa realizam ações educativas para conscientizar e engajar a população local, incentivando a responsabilidade comunitária tanto com o meio ambiente quanto com as pessoas. Dessa forma, o projeto consolida uma tecnologia socioambiental inspiradora e bem-sucedida em diversas cidades brasileiras.

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