Na terça-feira, 29 de outubro, é comemorado o Dia Mundial do Acidente Vascular Cerebral (AVC), conhecido popularmente como derrame, para chamar atenção para a prevenção do problema e conscientizar sobre os sinais de reconhecimento e a importância do acesso rápido a cuidados médicos de emergência.
O AVC é uma das principais causas de morte e incapacidade em todo o mundo, conforme aponta a Organização Mundial do AVC (WSO). A cada ano, 13,7 milhões de pessoas têm um AVC no mundo e 5,5 milhões morrem. Uma morte acontece a cada seis segundos, podendo acontecer em qualquer um, em qualquer idade. É estimado que em 2050 a doença será responsável por 9,7 milhões de mortes ao ano.
“O AVC acontece quando os vasos que levam sangue ao cérebro entopem ou se rompem. Ele é considerado isquêmico quando há obstrução de uma artéria, devido a um trombo ou êmbolo, impedindo a passagem de oxigênio para células cerebrais, e hemorrágico quando há rompimento de um vaso cerebral, provocando hemorragia”, explica o cirurgião cardiovascular Edmilson Cardoso, chefe do serviço de Cirurgia Cardíaca do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Entre as principais causas do AVC estão as doenças cardíacas ou fatores de risco que estão associados a problemas no coração. “A aterosclerose (depósito de gordura e cálcio nos vasos sanguíneos) está entre as principais causas do AVC isquêmico. Algumas arritmias como a fibrilação atrial, por exemplo, fazem com que o átrio não bata como deveria e isso favorece a formação de coágulos. Da mesma forma, um infarto agudo do miocárdio pode causar a alteração da contratilidade do músculo cardíaco que favorece a formação de coágulos que podem levar a um acidente vascular cerebral”, explica o especialista Edmilson Cardoso.
Quais os fatores de risco?
- Idade
- Hipertensão arterial
- Tabagismo e etilismo
- Diabetes
- Níveis altos de colesterol
- Histórico familiar de doenças cardiovasculares ou de hemorragia cerebral
- Arritmias cardíacas
- Sobrepeso e obesidade
“Os fatores de risco para o AVC isquêmico são praticamente os mesmos que para as doenças cardiovasculares. A obesidade, o sobrepeso e a hipertensão arterial, por exemplo, favorecem a formação de placas de gordura nas artérias e a dilatação do átrio, o que aumenta significativamente o risco de um AVC. O lado positivo é que a maioria desses fatores são modificáveis e podem ser controlados com hábitos de vida mais saudáveis”, pontua Edmilson Cardoso, que também é cirurgião da equipe do Instituto do Coração de Pernambuco (Incor-PE) do Real Hospital Português.
Quais os principais sinais do AVC?
- Paralisia ou formigamento na face, no braço ou na perna
- Confusão mental;
- Alteração da fala ou compreensão;
- Alteração na visão
- Tontura
- Alteração do equilíbrio e coordenação
- Dor de cabeça súbita, forte e persistente
“É necessário ficar atento aos sinais e buscar atendimento médico imediato ao sentir esses sintomas. O tratamento deve ser iniciado o quanto antes para evitar sequelas, mas vale lembrar que a prevenção é fundamental seguindo um estilo de vida saudável com a prática de atividade física regular, alimentação balanceada, evitar o tabagismo, controlar a pressão arterial, a diabetes e o colesterol. Através da prevenção das doenças cardiovasculares também conseguimos fazer a prevenção dos casos de AVC”, enfatiza o cirurgião cardiovascular Edmilson Cardoso, chefe do serviço de Cirurgia Cardíaca do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Edmilson Cardoso é cirurgião cardiovascular e endovascular, pós-graduado em cirurgias minimamente invasivas. É chefe do serviço de Cirurgia Cardíaca do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e cirurgião da equipe do Instituto do Coração de Pernambuco (Incor-PE) do Real Hospital Português.