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Explosão de ritmos musicais marcam segunda noite do PE Meu País em Gravatá; Vanessa da mata arrepia público

Explosão de ritmos musicais marcam segunda noite do PE Meu País em Gravatá; Vanessa da mata arrepia público

  • Diversão

Os traços de afeto e regionalidade que podem surgir a partir da arte da culinária foram abordados ao longo da manhã deste sábado (27), durante uma oficina com o chefe de cozinha Thiago das Chagas. O momento esteve incluído na grade de programação do País da Cultura Alimentar, no Mercado Cultural de Gravatá, e pôde ser acompanhado de perto pelo agricultor Cícero da Silva, que participou de todo o processo de cultivo dos alimentos utilizados até a chegada à mesa.

A parte interna do Mercado Cultural de Gravatá também recebeu o segundo dia da programação do polo País Matrizes do Forró, tendo novamente o ritmo como uma presença de destaque no palco. O Trio Forró Xodó e Renilda Cardoso foram as atrações que conduziram a dança do público.

As intersecções entre cinema, literatura e raça continuaram ditando os rumos no País do Cinema. Neste segundo dia de mostras audiovisuais, o festival recebeu filmes dos mais variados gêneros e temáticas, em um interessante recorte da produção cinematográfica pernambucana atual

Entre curtas, médias e lançamentos de livros foram exibidos mais três episódios da websérie “Escritoras Negras de Pernambuco” de Odaílta Alves, seguida de uma reflexão da escritora e realizadora audiovisual com o público. Mais uma vez, a escritora e contadora de histórias Inaldete Pinheiro esteve presente na plateia e participou ativamente do debate.

A poesia reflexiva e a contação de histórias para crianças tomaram conta do País da Literatura. A tarde foi de muita prosa e poesia com as atividades voltadas para o mundo das letras que começaram com uma ação na rua e seguiram com contação de histórias para crianças no estande da Cepe Editora, que contou com diversos livros infantis publicados de autores e ilustradores que tematizam a questão da negritude. Inaldete Pinheiro estava acompanhada da também escritora Odailta Alves e, juntas, fizeram leituras e conversas instigantes com as crianças.

Uma das inúmeras gratas surpresas da programação do Festival Pernambuco Meu País tem acontecido à tarde, no polo País das Culturas Populares, sobre o já famoso palco-caminhão que percorre as oito cidades programadas para este ano. Neste sábado (27), foi a vez do Bloco Obirin, do Morro da Conceição, ditar o ritmo. A festa continuou até o início da noite com a Ciranda das Flores Amunam (Nazaré da Mata, Zona da Mata Norte), do Coco de Umbigada (Olinda), do forró de Fagner Chagas (Gravatá) e do coral afro Voz Nagô (Recife).

Já na Rua Alcides Teixeira, situada no Alto do Cruzeiro, em Gravatá, se transformou em um verdadeiro palco para receber o polo País da Música – Zuzuada. Por lá, se apresentaram três atrações: DJ Ari Falcão, Moura Rossi e Faringes da Paixão. A festa começou no período da tarde, se estendendo ao longo da noite.

O DJ Ari Falcão foi o primeiro a se apresentar no polo. Ele exaltou o tom plural que Pernambuco carrega, até mesmo diante de países. “A organização do festival está de parabéns. Pernambuco tem uma mistura cultural, com grande quantidade de ritmos e cultura, e muito país por aí não tem isso”, disse.

Polo voltado à criançada, o País das Brincadeiras é um espaço para aproximar as crianças da cultura local de uma forma lúdica e divertida. Neste sábado (27), a Caravana do Palhaço Xililique e a Banda Pipoca, em conjunto com Tio Bruninho, levaram alegria e muito conhecimento aos pequenos. Na visão de Tio Bruninho, esse é um momento de oportunizar o contato com elementos culturais que nem sempre estão à disposição dos pequenos.

O País das Conexões Visuais reuniu arte urbana e visual sobre trilhos com duas exposições fotográficas dentro dos vagões do antigo trem da cidade e a intervenção artística: “Urbanização: Transformações e Consequências na Sociedade Contemporânea”, que parte da proposta de utilizar o trem como espaço artístico.

Como se não bastasse todas as atrações incríveis, a segunda noite do palco País da Música no Festival Pernambuco Meu País 2024 teve um quê a mais: relembrou o Gravatá Jazz Festival, evento anual que aconteceu por alguns anos durante o Carnaval. O público foi convocado a comparecer no palco-caminhão, estacionado na Avenida Joaquim Didier, e, além de atender ao chamado, contribuiu em todos os detalhes de nostalgia e memória afetiva.

Por lá se apresentaram Betto do Bandolim; a banda Vintage Pepper, com participação dos guitarristas Lancaster (SP) e Wallace Seixas (PE) e do trompetista Fabinho Costa (PE); o também trompetista Chico Oliveira (o Chiquinho dos programas de TV de Jô Soares) e cantor e guitarrista João Suplicy (irmão de Supla), acompanhados da Uptown Band.

Para finalizar, o palco principal Pernambuco Meu País proporcionou uma noite que ficará para sempre guardada na memória de quem esteve neste sábado (27), em Gravatá. O palco que leva o nome do festival recebeu apresentações icônicas de grandes artistas da MPB. Revoredo, Cascabulho, Chico César e Vanessa da Mata entregaram shows impecáveis e interligados por uma característica comum a todos: a celebração de outros artistas brasileiros com reverências em versões únicas do cancioneiro nacional. Uma sintonia inesperada, mas repleta de simbolismo e emoção.

Quem abriu a noite foi o cantor e compositor Alexandre Revoredo. Em seguida quem realizou sua estreia no Pernambuco Meu País foi o grupo pernambucano Cascabulho. Celebrando 30 anos de estrada, a banda fez um show quente e ancestral. Na sequência quem tomou conta do jogo foi Chico César. Um dos maiores letristas da música brasileira interagiu com o público em diversos momentos, sempre ressaltando sua alegria de estar em Pernambuco e reverenciando sua banda.

Encantamento também foi quando o artista chamou ao palco Vanessa da Mata. Juntos, cantaram “A Prosa Impúrpura do Caicó” e “A Força Que Nunca Seca”, caneta da dupla gravada por Maria Bethânia.

Quando Vanessa da Mata retornou ao palco a energia a sintonia entre artistas e plateia, que já estava alta, aumentou. Com sua presença, seu carisma e sua voz únicos, ela mesclou canções próprias já bem conhecidas e amadas pelo grande público a homenagens de outros compositores brasileiros. Foi assim que Não me Deixe Só e Segue o Som antecederam Saia do Meu Caminho (Belchior) e Céu Azul (Charlie Brown Jr.).

Após o show, Vanessa afirmou à imprensa que um festival como o Pernambuco Meu País só poderia ser realizado aqui na terra dos altos coqueiros. “O pernambucano tem uma autoestima muito diferente e original. Existe um orgulho de falar sobre o que é de vocês, que o resto do Brasil muitas vezes não dá valor”, disse.

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