Com a chegada do período de declaração do Imposto de Renda, criminosos aproveitam a oportunidade para aplicar golpes visando obter dados fiscais e bancários das vítimas. O alerta é especialmente importante para correspondências falsas e e-mails fraudulentos que simulam comunicações oficiais da Receita Federal. Entre os golpes mais comuns está o envio de cartas com o logotipo da Receita Federal, em que os golpistas tentam induzir o destinatário a acessar um site enganoso para supostamente regularizar pendências no imposto.
Segundo Guilherme Silvestre, especialista em soluções de segurança e produtividade da HSBS, essas páginas falsas pedem dados pessoais, como CPF, dados bancários e até senhas, que são utilizadas para fraudes financeiras. Além das cartas falsas, há tentativas por e-mail, SMS e ligações telefônicas. “Em alguns casos, os criminosos enviam mensagens informando sobre um suposto erro na declaração e solicitam a correção por meio de um link. Esse link, no entanto, leva a um site malicioso capaz de roubar credenciais de acesso ao sistema da Receita”, alerta o especialista, que complementa que as fraudes via aplicativos de mensagens, como WhatsApp, também são comuns. Os criminosos se passam por atendentes da Receita Federal e solicitam pagamento de taxas inexistentes para supostas correções no imposto. Há ainda relatos de falsos despachantes fiscais que oferecem serviços para ‘facilitar’ a restituição, cobrando valores antecipadamente e desaparecendo após o pagamento.
Como se proteger
Para se proteger, é fundamental desconfiar de correspondências suspeitas, pois a Receita Federal não envia cartas solicitando que os contribuintes acessem sites não oficiais para corrigir dados. Além disso, nunca se deve fornecer informações pessoais ou bancárias fora dos canais oficiais. Qualquer ajuste na declaração deve ser feito diretamente pelo site oficial da Receita Federal (www.gov.br/receitafederal) ou pelo aplicativo do Imposto de Renda.
Verificar a autenticidade dos contatos e, em caso de e-mails ou mensagens duvidosas, consultar diretamente os canais oficiais antes de tomar qualquer ação é outra medida importante. “Também não se deve nunca clicar em links desconhecidos, já que o phishing é uma das formas mais comuns de ataque cibernético. O ideal é sempre acessar o site da Receita digitando o endereço diretamente no navegador”, atesta o especialista em segurança.
Ainda de acordo com Guilherme, se o contribuinte suspeitar de uma tentativa de golpe, deve denunciar imediatamente à Receita Federal e às autoridades competentes, como a Polícia Federal. Caso já tenha sido vítima, o procedimento é registrar um boletim de ocorrência na Delegacia de Polícia Civil especializada em crimes cibernéticos e comunicar o banco para evitar movimentações indevidas.