Durante a manhã de ontem (16), colaboradores de várias áreas do Hospital Regional do Agreste (HRA) participaram de uma formação voltada ao acolhimento de mulheres em situação de violência atendidas na unidade.
Maior referência de trauma no interior do estado, o HRA recebe, com frequência, vítimas de tentativa de feminicídio e saber recebê-las também é importante no processo assistencial. “É fundamental que tenhamos sensibilidade para acolher uma vítima já tão fragilizada. Contamos com as equipes de todas as etapas do atendimento para humanizar essa assistência ainda mais”, explicou Joseane Maria Silva, coordenadora do Serviço Social do HRA.
Responsável pela formação, Morgana Barros, coordenadora de Políticas Públicas das Mulheres do Agreste Central, trouxe dados importantes, como tipos de violência e leis de proteção à mulher. “O Hospital Regional tem um papel extremamente importante no acolhimento dessas mulheres que são vítimas de tentativas de feminicídio. Hoje, a gente tratou um pouco sobre a necessidade de acolhimento, de compreender como é que se configura a violência contra a mulher e a necessidade do não julgamento, a continuidade de para onde é que essa mulher deve ser encaminhada e, sobretudo, a quais mecanismos recorrer para garantir a proteção dessa mulher em situação de violência”, ressaltou Morgana.
Do início de 2024 até o momento, foram atendidas 49 mulheres vítimas de agressão na unidade. Entre outubro e dezembro de 2023, o número foi de 25 mulheres. Na maioria dos casos, a agressão envolve o companheiro (ou ex) da vítima. A formação foi promovida pelos Núcleos de Serviço Social e de Educação Permanente do HRA em parceria com a Secretaria Estadual da Mulher.
Denúncia – As vítimas de agressão podem procurar ajuda ligando para o número 180, que é um serviço de utilidade pública essencial para o enfrentamento à violência contra a mulher. Todas as ligações para o 180 são gratuitas, anônimas e podem ser feitas por telefone fixo ou celular. Além de receber denúncias de violações contra as mulheres, a central encaminha o conteúdo dos relatos aos órgãos competentes e monitora o andamento dos processos. Outro meio de denúncia é o 190, número da Polícia Militar. Se não for possível acionar a polícia no momento em que a violência ocorrer, o recomendado é procurar uma Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, ou delegacia comum, para registrar o boletim de ocorrência. Em Caruaru, a Delegacia da Mulher fica na Avenida Portugal, 155, bairro Universitário, e funciona todos os dias, 24 horas por dia.