Duas campanhas importantes destacam-se em junho para a saúde do sangue: a Junho Laranja, que foca no diagnóstico, prevenção e tratamento da leucemia e anemia, e a Junho Vermelho, que sensibiliza sobre a importância da doação de sangue. A hematologista Dahra Teles, do NOA (Núcleo de Oncologia do Agreste) em Caruaru, Pernambuco, ressalta a importância de falar sobre esses temas, uma vez que, até o final deste ano, mais de 11 mil casos de leucemia devem ser diagnosticados no Brasil, de acordo com o INCA (Instituto Nacional do Câncer) para o triênio 2023-2025. O INCA também revela que, em 2020, houve 3 mortes por leucemia a cada cem mil brasileiros, totalizando 6.738 óbitos.
A hematologista explica que leucemia é um tipo de câncer mais frequente entre crianças e adolescentes e ocorre quando os glóbulos brancos (fundamentais para o sistema imunológico combater infecções) perdem a função de proteger o organismo contra bactérias, vírus e fungos, passando a ser produzidos de forma descontrolada. “Na infância, o câncer tem menos relação com hábitos de vida e exposição a fatores ambientais. Já em adultos, esses são fatores de risco para o desenvolvimento da doença”.
A anemia é um grave problema de saúde pública global, como destaca a Organização Mundial de Saúde (OMS), que aponta que 30% da população mundial é anêmica. De acordo com a OMS, a condição pode ocorrer em qualquer faixa etária, mas afeta principalmente crianças de até 2 anos e mulheres adultas. Dados de 2022 da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS) mostraram que 20,9% das crianças menores de 5 anos no Brasil eram anêmicas, o que corresponde a cerca de 3 milhões de crianças. Entre as mulheres, a prevalência também foi alta, com uma média de 29,4%.
A anemia, contudo, não é uma doença, mas um sinal de alerta do nosso corpo, segundo a hematologista Dahra Teles. “Ela pode estar relacionada a diversas doenças, entre elas a leucemia. É preciso sempre investigar a causa da anemia para que seja instituído o tratamento adequado. No entanto, é preciso desmistificar, uma vez que anemia não ‘vira’ leucemia, medo comum em geral”. A médica acrescenta que é preciso ficar atento a sintomas comuns relacionados à anemia, como fadiga, falta de ar, palpitações, sonolência e palidez. ” Devido ao comprometimento mais evidente devido à redução dos glóbulos brancos, há também sinais como infecções, febre, aumento de gânglios linfáticos (ínguas), perda de peso, desconforto abdominal (pelo aumento do baço e do fígado), dores nos ossos e nas articulações, entre outros”, complementa a médica.
Diagnóstico e Tratamento
A identificação da doença é feita por meio de exames clínicos, laboratoriais e radiológicos. A escolha do tratamento, que pode incluir diferentes abordagens como quimioterapia e imunoterapia, depende de uma análise cuidadosa de vários fatores: as condições clínicas do paciente, idade, presença de comorbidades, capacidade de suportar o tratamento e o subtipo específico da leucemia. “O transplante é indicado em casos selecionados, por isso aproveito para reforçar a importância da doação de medula óssea. Quem não possui doador compatível na família, possui uma chance de 1/100 mil de encontrar um doador não aparentado (no registro de doadores de medula óssea – REDOME). Por isso, quanto mais pessoas cadastradas, mais pacientes podem ser ajudados”, destaca a médica.
Junho Vermelho
A campanha tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância da doação de sangue, uma vez que cada doação pode salvar até quatro vidas e não existe nenhum tratamento que substitua a transfusão, como destaca a hematologista Dahra Teles. A iniciativa ocorre no mesmo período em que se celebra o Dia Mundial do Doador de Sangue, em 14 de junho, data instituída pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em homenagem ao nascimento do imunologista Karl Landsteiner, descobridor dos tipos sanguíneos.
NOA – Com uma trajetória de 14 anos de atuação em Caruaru, Pernambuco, o NOA conta com uma equipe multiprofissional composta por médicos especialistas em oncologia, hematologia, mastologia, cirurgia oncológica, cirurgia torácica, endocrinologia, além de enfermeiros, farmacêuticos, psicólogos, nutricionistas, dentistas e fisioterapeutas, além de um time de colaboradores que prezam pelo melhor cuidado a todos os pacientes e seus familiares. A clínica oferece consultas médicas, infusões de tratamentos antineoplásicos e de outros imunobiológicos, enfermeira navegadora para agilizar a realização de exames e de procedimentos, além de acompanhamento médico durante internações hospitalares e muito mais. Para o preparo e administração ambulatorial de quimioterápicos, o NOA conta com uma equipe de profissionais de farmácia e enfermagem, o que garante um alto nível técnico e a segurança necessária ao paciente. Todas as condutas adotadas pela equipe médica estão amparadas nas melhores evidências científicas e em diretrizes globais para manejo dos mais variados tipos de cânceres.