O câncer de cabeça e pescoço corresponde a 3% de todos os tipos de tumores. Aproximadamente 40% dos cânceres de cabeça e pescoço ocorrem na região de cavidade oral (assoalho bucal, língua, base da língua, palato duro e lábios); 15% na faringe (orofaringe, hipofaringe e nasofaringe); 25% na laringe; e o restante em glândulas salivares e tireóide1,2. Outros tipos de tumores podem ocorrer nessa região como linfomas e sarcomas, mas são classificados à parte. O julho verde é o mês de conscientização e prevenção para a doença, que, se diagnosticada de forma precoce, tem melhores chances de cura.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a cada ano são esperados cerca de 1,5 milhões de novos casos do câncer de cabeça e pescoço, com 460 mil mortes. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estimou 685 mil novos casos entre 2020 e 2022, o que mostra números alarmantes para a doença. “Os principais fatores de risco são o tabagismo e o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, que estão associados a cerca de 75% dos casos da doença e são evitáveis”, explica Marina Kelner, oncologista da Multihemo Oncoclínicas. Não podemos esquecer do aumento dos casos nos últimos anos de tumores na cavidade oral, sobretudo em pacientes com menos de 45 anos, associado ao papilomavírus humano (HPV), transmitido sexualmente. Nos casos dos tumores de tireóide, os principais fatores de risco são exposição à radiação, obesidade, histórico familiar de câncer e ingestão de alimentos iodados.
Sintomas – Os sintomas do câncer de cabeça e pescoço são variados, dependendo de qual região é a afetada. Manchas brancas ou avermelhadas e feridas com ou sem sangramento na boca, nódulo no pescoço, dificuldade para engolir e/ou respirar, rouquidão, dores persistentes em garganta, ouvido e cabeça e tosse prolongada, são sinais de alerta, que, se apresentados, devem ser investigados junto ao médico.
Diagnóstico e tratamento – Para se ter a confirmação do câncer, o paciente deve ser avaliado pelo médico, que irá solicitar exames conforme a indicação de caso, o que pode incluir: ultrassonografia, tomografia, ressonância magnética, exames de sangue e outros. A confirmação definitiva exige a biópsia. O diagnóstico precoce ainda ocorre em menos de 50% dos casos, mas ele está associado a 80% de chances de sucesso no tratamento. A escolha do tratamento varia de acordo com o caso, região afetada, se a doença está localizada ou não, se há condições ideais de cirurgia e os demais problemas de saúde de cada paciente, caso existam. A cirurgia remove a área onde o tumor está localizado; a radioterapia, quimioterapia e imunoterapia também são ações utilizadas, a depender do que foi dito acima, sendo esses dois últimos tratamentos feitos com medicações.
Cuidados – O câncer de cabeça e pescoço é um dos tumores mais fáceis de prevenir, já que vários fatores de risco podem ser evitados. Não fumar, não beber excessivamente, usar preservativo, ter uma boa higiene bucal, se vacinar contra o vírus HPV e visitar o médico regularmente são ações importantes e que salvam vidas.