Uma receita que mistura “frutos do mangue”, tradição e história. Essa é a Mariscada, prato típico das regiões litorâneas do nordeste brasileiro, e que em Pernambuco ganhou pitadas de desenvolvimento social. É com essa proposta, reunindo gastronomia, valorização cultural, sustentabilidade e combate às desigualdades, que o Instituto Negralinda lança, nesta quarta-feira (20), a campanha “Oxe, Pernambuco tem Mariscada sim, senhor!”.
A iniciativa tem o objetivo de transformar o prato em Patrimônio Cultural Imaterial do estado. A cerimônia de lançamento, que será voltada para convidados, ocorrerá no auditório do Centro de Artesanato de Pernambuco, no bairro do Recife.
“Essa iniciativa busca melhorar a qualidade de vida das pessoas e das comunidades que vivem da cadeia produtiva do marisco. Nosso objetivo é atender as necessidades urgentes da população pesqueira, como: acesso à inovação, capacitação, geração de renda, acesso ao mercado direto sem o atravessador, além de ajudar a promover a igualdade social e a inclusão de grupos vulneráveis. Ao fornecer para as marisqueiras e pescadores artesanais o acesso a qualificação, o Instituto Negralinda contribui para combater essas desigualdades e resolver os principais problemas referentes aos aspectos sanitários e segurança alimentar”, destaca o empreendedor social Edy Rocha, Diretor Executivo do Instituto Negralinda e idealizador da proposta.
A campanha já conta com parceiros como a Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Adepe) e o Sebrae, que há três anos, em parceria com o Instituto Negralinda, desenvolve o projeto sócio ambiental de empreendedorismo feminino “Marisqueiras Empreendedoras”. Um trabalho que, atualmente, beneficia marisqueiras e pescadoras de 10 municípios do litoral pernambucano e contribui com o combate às desigualdades sociais, promovendo educação, saúde e bem-estar por meio do empreendedorismo colaborativo, alcançando 850 mulheres.
Durante o lançamento da campanha, serão apresentados detalhes de como os interessados poderão apoiar a iniciativa. “O nosso objetivo com a campanha é transformar a Mariscada em um prato regional reconhecido, para que por meio da Gastronomia do Mangue seja possível fortalecer a cadeia produtiva, capacitar as marisqueiras e criar mais lugares que forneçam a Mariscada, contribuindo também com o turismo gastronômico. O qual Pernambucano já é referência”, complementa a Chef Negralinda.
De acordo com o Cadastro de Pescadores Artesanais do Litoral de Pernambuco, realizado em 2019, pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Semas), atuam no estado cerca de 11.367 pescadores e pescadoras artesanais. No entanto, o segmento ainda enfrenta dificuldades relacionadas à qualificação das organizações, referentes aos aspectos sanitários (infraestrutura para beneficiamento e comercialização), problema ambiental (pesca predatória) e de gestão e planejamento das colônias.
Serviço:
Lançamento da campanha: “Oxe, Pernambuco tem Mariscada sim, senhor!”
Objetivo: Transformar a Mariscada em Patrimônio Cultural Imaterial de Pernambuco.
Dia: Quarta-feira (20 de março)
Hora: 16h
Local: Auditório do Centro de Artesanato de Pernambuco (ao lado do Marco Zero), bairro do Recife.
Sobre o prato e suas origens:
Ensopado de mariscos e outros frutos do mangue, como sururu, camarão e tainha, a Mariscada é feita tipicamente à base de leite de coco fresco e temperos opcionais. As receitas são diferentes em vários lugares do Brasil e carregam as tradições afro-indígenas. Em Pernambuco, uma das receitas mais populares é a da Chef Negralinda, servida em um bistrô comandado por ela, na Ilha de Deus, zona sul do Recife, e que há mais de 10 anos conquista os paladares dos pernambucanos e de turistas de várias partes do país. O prato reconta ainda um pouco da história gastronômica e cultural de Pernambuco.
Sobre o Instituto Negralinda:
Presidido pela empreendedora social Chef Negralinda, o Instituto Negralinda é uma instituição privada sem fins lucrativos. A entidade oferece assistência social para mulheres de comunidades, palestras cursos e oficinas para empreendedoras sociais, formatação de negócios criativos e inovadores nas áreas da gastronomia, artesanatos, lojas colaborativas, turismo de base comunitária e turismo sustentável e profissionais com ampla experiência no desenvolvimento e implementação de projetos para desenvolvimentos e sustentabilidade de territórios. Em 2023, o Instituto foi responsável pelo 1º Salão de Turismo de Base Comunitária, realizado em Olinda, que reuniu gastronomia, turismo sustentável e empreendedorismo colaborativo.
Foto divulgação: Mauricio Ferry