Com o crescimento acelerado da população idosa no Brasil, o debate sobre a qualidade de vida e a autonomia na terceira idade ganha destaque, especialmente no mês de outubro, quando é comemorado o Dia Internacional do Idoso. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o país enfrentará um cenário demográfico desafiador: a partir de 2030, o número de pessoas com mais de 60 anos será maior do que o de crianças, sinalizando uma inversão da pirâmide etária. Esse fenômeno, no entanto, não se limita ao Brasil.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a população global com mais de 60 anos deverá alcançar 2 bilhões até 2050, representando um quinto da população mundial. Diante dessa realidade, garantir qualidade de vida e promover a autonomia dos idosos será um dos maiores problemas sociais e econômicos nas próximas décadas.
O geriatra credenciado ao Cartão São Gabriel, Elídio Figueiredo, aponta os principais entraves que o Brasil enfrenta para garantir a qualidade de vida dessa faixa etária.
“O entendimento da nossa população quanto ao envelhecimento se constitui um desafio em si, pois a sociedade, o sistema de saúde e as famílias ainda não estão preparados para as demandas inerentes a esse período da vida, gerando uma carga adicional de cuidado. Com as mudanças demográficas e a prevalência de doenças crônico-degenerativas, os idosos se tornam os maiores consumidores de medicamentos. Ao mesmo tempo, as alterações fisiológicas próprias do envelhecimento aumentam sua vulnerabilidade aos efeitos adversos do uso de medicações”, explica o especialista.
Para um envelhecimento saudável, é essencial adotar práticas como uma alimentação equilibrada e rica em frutas, legumes e proteínas magras, além de praticar atividades físicas regularmente, como caminhadas ou yoga. Garantir um sono de qualidade e controlar o estresse com atividades relaxantes são igualmente importantes. Realizar exames preventivos anualmente, manter relações sociais, estimular a mente com atividades cognitivas e garantir uma hidratação adequada também são fundamentais para o bem-estar físico e mental ao longo da vida.
O geriatra Elídio ainda ressalta a importância de estratégias preventivas desde cedo para garantir um envelhecimento ativo. “É crucial adotar uma abordagem preventiva e realizar intervenções precoces para detectar condições que possam comprometer a funcionalidade do organismo. Cuidar de um idoso não é o mesmo que cuidar de um adulto jovem. Conhecendo as especificidades do envelhecimento, é possível identificar sinais de alerta à saúde e intervir de forma adequada, além de refletir sobre a finitude da vida. Dessa maneira, podemos promover um envelhecimento bem-sucedido, não apenas no aspecto físico, mas também na cognição e na saúde mental”, finaliza.