Com o objetivo de alertar a população sobre o retinoblastoma, um tipo raro de câncer ocular que acomete, principalmente, crianças com menos de cinco anos, foi instituído, por meio da Lei nº 12.637, de 14 de maio de 2012, o Dia Nacional de Conscientização e Incentivo ao Diagnóstico Precoce do Retinoblastoma, celebrado em 18 de setembro.
A doença ganhou repercussão nacional após o caso da filha do jornalista Tiago Leifert e da escritora Daiana Garbin, diagnosticada com retinoblastoma aos 11 meses de idade. Desde então, o casal se tornou porta-voz da causa, criando a campanha “De Olho nos Olhinhos”, com o objetivo de conscientizar pais e profissionais de saúde sobre os sinais e sintomas do câncer ocular infantil.
O retinoblastoma pode comprometer seriamente a visão da criança, levar à cegueira e, em casos mais graves, colocar a vida em risco se não for descoberto precocemente. O oftalmologista Dr. Durval Filho, do Instituto de Olhos do Recife (IOR), explica que o impacto da doença depende do tamanho, da localização do tumor e do tratamento adotado.
“Os principais sintomas incluem reflexo branco na pupila visível em fotos com flash — conhecido como ‘olho de gato’ —, estrabismo (olhos desalinhados), olho vermelho ou inchado e perda de visão. Esses sinais indicam que é importante buscar um oftalmologista rapidamente”, alerta o médico.
Muitas vezes, os sinais do retinoblastoma são confundidos com outras condições oculares, como catarata, infecções ou alterações visuais comuns na infância, o que pode atrasar o diagnóstico. Por isso, Dr. Durval reforça a importância da detecção precoce.
“Quando o diagnóstico é feito nos estágios iniciais, aumentam as chances de preservar a visão da criança, evitar tratamentos agressivos e alcançar a cura. Nesses casos, é possível utilizar terapias menos invasivas, como laser, quimioterapia local ou crioterapia, o que pode evitar até a retirada do olho. O papel do pediatra é fundamental nesse processo, identificando os sintomas e encaminhando a criança ao oftalmologista, que fará os exames detalhados para diagnosticar e tratar a doença”, enfatiza.
A campanha de conscientização e o engajamento de famílias, médicos e instituições de saúde são fundamentais para garantir que mais crianças tenham acesso a um diagnóstico rápido e ao tratamento adequado, aumentando significativamente as chances de cura e qualidade de vida.