Dias e dias dentro de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), vendo apenas profissionais de saúde, cercados por sons de aparelhos médicos e sem a noção se é manhã, noite, se está calor ou frio: assim é a rotina de alguns pacientes que, dependendo do tratamento ou da patologia precisam ficar por um longo período dentro das UTI’s.
Para dar um tratamento mais humanizado e trazer um pouco de alegria a essas pessoas, o setor de fisioterapia do Hospital dos Servidores do Estado (HSE) tem realizado os passeios terapêuticos. O projeto visa levar os doentes para dar uma volta nos jardins da unidade de saúde.
Sempre acompanhados por uma equipe multidisciplinar, entre fisioterapeutas, técnicos de enfermagem, maqueiros e às vezes psicólogos, os pacientes que estão aptos e querem participar da ação, são retirados de seus leitos em cadeiras de rodas e vão para ver as áreas externas, podendo ir até os jardins ou a capela do HSE.
A adolescente Evellyn Galvão de 15 anos, que está internada há três meses, na última semana iniciou os seus passeios terapêuticos. “No primeiro passeio que ela fez foi muito emocionante. Ela estava feliz por ver o céu, as árvores. Dava tchau para todo mundo, pegava nas plantas, até o passar de uma lagartixa fez minha filha sorrir. Uma coisa que parecia ser tão simples foi de extrema importância para ela e para nós acompanhantes”, disse emocionada a mãe de Evellyn, a técnica de enfermagem, Grazielly Galvão.
De acordo com o coordenador da fisioterapia das UTIs, Cezar Ferreira, os passeios terapêuticos proporcionam inúmeros benefícios para o paciente e seus familiares, permitindo que relembrem que existe vida além das paredes do Hospital, além de melhorar as diversas funcionalidades nos movimentos do corpo humano.
“Parece algo simples, mas os passeios elevam a autoestima, a sensação de bem-estar e a imunidade O que acaba se refletindo no tratamento e fazendo com que o período difícil de internação seja mais leve”, explica. O fisioterapeuta salienta que o passeio também melhora a relação entre pacientes e funcionários, além de proporcionar uma estadia mais humanizada e digna.
Entre os pré-requisitos para participar do projeto é que o paciente esteja com o quadro de saúde estável e queira participar. “Para os que estão internados nas enfermarias e não querem ir para o jardim oferecemos a opção de passear pelos corredores e de ir até a janela”, pontua o coordenador.
Durante o passeio mais recente de Evellyn, a equipe que a acompanhava a levou para uma área cheia de flores. Prontamente ela quis esticar os braços para tocar nas folhas e nas flores. “Ver minha filha feliz e sorrindo é maravilhoso”, concluiu Grazielly. A alegria da jovem contagiou a equipe e o maqueiro a presenteou com uma flor.
A ação é uma iniciativa do Núcleo de Reabilitação Funcional do HSE, que tem os fisioterapeutas Ery Magalhães, gestor do Núcleo, e Camila Matias, coordenadora; à frente.