A programação do País da Literatura, no Festival Pernambuco Meu País, encerrou, neste domingo (4), com o lançamento do livro “Um samba para a libertação”, terceira obra premiada do dramaturgo, ator, e produtor cultural pernambucano Alex Apolonio. A publicação, uma das contempladas no Prêmio Literário Cidade de Manaus, trata de violações a que são acometidas as pessoas LGBTQIA+, ao mesmo tempo em que apresenta, como contraponto a esse contexto de violência, uma mensagem de celebração à vida e à arte ritualística que é o teatro.
Natural de Garanhuns, no Agreste pernambucano, Alex Apolonio é artista e produtor cultual, licenciado em Teatro pela Universidade Federal de Alagoas e mestre em Artes Cênicas pela do Rio Grande do Norte. Alex também teve duas obras dramatúrgicas contempladas com o Prêmio Ariano Suassuna de Cultura Popular e Dramaturgia, intituladas Severino Brincante (2016) e Mariolengo (2018), ambas escritas para o teatro de formas animadas e publicadas pela Companhia Editora de Pernambuco (Cepe).
“Festejar a cultura tem sido muito importante, esses múltiplos países que cabem dentro desse país maior chamado Pernambuco. Para mim, enquanto escritor e dramaturgo, é algo gratificante estar aqui no Agreste, na cidade de Pesqueira, trazendo a literatura, a temática LGBTQIA+ na culminância deste evento. Isso só demonstra o quão grandes nós, pernambucanas e pernambucanos, somos na nossa identidade e diversidade”, celebra o autor.
Para Juliana Albuquerque, coordenadora de Literatura da Secretaria Estadual de Cultura (Secult-PE) e do polo País da Literatura no festival, a sensação é de dever cumprido após uma sequência de atividades voltadas para vários públicos.
“Fico muito feliz em finalizar com o lançamento de um livro que traz a temática LGBTQIA+. Aqui em Pesqueira estamos com várias ações, como o Livros Livres. Fomos em Cimbres deixar os livros, em Mutuca hoje pela manhã, lugares lindos, e que receberam também parte descentralizada do Festival Pernambuco Meu País”, comemora a gestora.
Juliana Albuquerque também conta que a programação infantil esteve intensa em Pesqueira nos últimos dias. “Das 10h às 16h, as crianças também estiveram experimentando outros livros, outras temáticas diversificadas, que às vezes não chegam com mediação de leitura”, destaca.
“Ontem, por exemplo, tivemos uma contação de histórias, a ação Estórias de Quintais, que fala dos orixás. Pesqueira está numa região que vive de maneira muito forte o sincretismo religioso. Aqui temos os povos indígenas, o povo Xukuru, também temos quilombos, e muito se fala sobre os encantados. O Estado é laico e a gente está aqui justamente para trazer essas temáticas para o debate, sempre com muito respeito”, pontua Juliana Albuquerque.
PERNAMBUCO MEU PAÍS – Realizado pela Secretaria Estadual de Cultura (Secult-PE), Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), o festival tem o objetivo de promover a conexão de linguagens artísticas pernambucanas e nacionais e apresentar à população do estado e turistas, de forma lúdica e comunicativa, uma conexão entre as regiões, cidades, identidades, gêneros, conceitos artísticos e dinâmicas do fazer de um povo que, historicamente, tem sua cultura como parte da identidade de estado-país.
Para mais informações, acesse www.cultura.pe.gov.br/festivalpernambucomeupais ou a conta no Instagram @festivalpernambucomeupais.