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País da Música recebe em Caruaru a força do pop agrestino longe de estereótipos

País da Música recebe em Caruaru a força do pop agrestino longe de estereótipos

  • Cultura

Em Caruaru, todos os trilhos levam também para o País da Música. Nesta sexta-feira (9), no palco-caminhão, estacionado na antiga Estação Ferroviária, o Agreste pernambucano mostrou que possui uma cena pop consolidada, longe do estereótipo de ser apenas celeiro de cultura popular. Por aqui passaram os cantores Thera Blue e Driko, ambos prata da casa, e Romero Ferro, que é natural de Garanhuns. Todos com shows impactantes mostrando um pop pernambucano contemporâneo made in Agreste.

Na formação, Thera Blue e Driko até se parecem. Ambos se apresentam acompanhados de guitarra, baixo, bateria e percussão. São performáticos e evocam um estilo fora do padrão de cena e figurino. O primeiro, veterano e de voz marcante, contudo, resgata com seu repertório autoral uma vibe que remete aos cantores de uma chamada MPB clássica, dos anos 1960-70, com muito rock and roll e influência do blues. Em fase de finalização de seu próximo álbum (que receberá o título de Belê), o terceiro da carreira, ainda prestou tributo aos compositores Azulão (com Dona Tereza) e Valdir Santos (com Caniço Pensante).

O jovem Driko, por sua vez, mostrou pela primeira vez o show de seu novo álbum, Florescer, misturando canções próprias com a de outros autores, como Riah, Everson Melo, Marcelo Quinares, Sóstenes, Gael Vila Nova e Valdemar Neto, guitarrista de sua banda. Ainda convidou músicos da banda Dama do Rei. “Caruaru é uma cidade multicultural e o Carnaval está vivo em sua música”, disse, logo após fazer a faixa-título de seu disco, uma ciranda. Em seguida dedicou Maracatu de Paixões a Mestre Gercino e mandou A Praieira, de Chico Science.

Até o fim da noite a sonoridade só ficou cada vez contemporânea. O País da Música encerrou sua estreia na Princesa do Agreste com o techno brega pop de Romero Ferro, que não sabe economizar em performance e mise-en-scène e provoca o público deixando os desavisados boquiabertos. No som das caixas, bases e samplers, bateria e guitarra; na camisa, uma antiga foto de Alceu Valença contrastando com o visual hi-tech. E muita dança, ladeado por dois bailarinos.

Além das próprias composições, Romero encontra nas suas versões para standards uma outra forma de provocar a plateia, como nas canções Em Plena Lua de Mel Clayton & Cleide), sucesso de Reginaldo Rossi; Eu Vou Ficar (Elias Muniz & Carlos Colla), hit da dupla Zezé di Camargo & Luciano; Eu Sei de Cor (Danillo Davilla, Lari Ferreira, Júnior Pepato & Elcio di Carvalho), famosa na voz de Marília Mendonça; e Banho de Cheiro (Carlps Fernando). E só parou porque era mesmo a hora de encerrar o palco-caminhão.

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