O Sertão é um celeiro de produção de derivados de origem animal. A região do Araripe, por exemplo, é a segunda maior bacia leiteira e a primeira em produção de mel de Pernambuco. Produtores rurais que atuam nesses segmentos nas regiões dos Sertões Central, Araripe e do São Francisco ganham, nesta segunda-feira (06), às 14h, no auditório da IX Gerência Regional de Educação de Ouricuri, o Serviço de Inspeção Sanitária Municipal (S.I.M). Esse serviço emite um selo que atesta as boas condições sanitárias produtivas e pode facilitar o acesso a novos mercados. A iniciativa é fruto de uma parceria do Consórcio Público Intermunicipal do Sertão do Araripe Pernambucano (CISAPE) em parceria com o Sebrae/PE.
O selo possibilita que produtores rurais acessem mercados institucionais, a exemplo de prefeituras e universidades que exigem certificação de boas condições sanitárias de produção. No entanto, a implementação de um S.I.M tem custo alto para ser implementado individualmente. Neste momento, ele se tornou viável, por meio dos esforços conjuntos dos 13 municípios do consórcio, com o incentivo do Sebrae/PE, com o Programa Líder Sertão Araripe. Esse programa mobiliza os setores público, privado e a sociedade civil organizada em prol de esforços para o desenvolvimento territorial.
Dois dos mercados mais atrativos para os pequenos produtores, mas que ainda têm baixa adesão são os programas Nacional de Aquisição de Alimentos (PAA) e Nacional da Agricultura Familiar (Pnae). A primeira iniciativa compra alimentos produzidos de forma local para destinar às pessoas em situação de insegurança alimentar. Já a segunda ação compra produtos agrícolas para serem utilizados na merenda escolar. Essa compra corresponde a 30% do orçamento de todo o programa. Com o selo de inspeção, produtores de derivados de animais terão maior facilidade de acesso a esse mercado.
O analista do Sebrae/PE Kerlison Pereira avalia que o S.I.M vai integrar o mercado de produtos de origem animal. “Os produtores com acesso ao S.I.M poderão comercializar nos 13 municípios do Consórcio, o que é uma nova fronteira de mercado e uma forma de fortalecer a economia local. O selo veio para apoiar as cadeias produtivas da região”, explica.
Foto: Arquivo pessoal/ Samila dos Humildes