Segundo dados do Ministério da Saúde, a telessaúde, conceito mais amplo que engloba a telemedicina e outras ações de saúde a distância, como capacitação de profissionais, gestão de serviços e monitoramento de indicadores, tem potencial para reduzir em até 30% as filas de espera por consultas ou diagnósticos na rede especializada do SUS.
Ainda segundo dados do Ministério da Saúde, a oferta de telessaúde no país apresentou um crescimento expressivo de 65% em apenas um ano: em 2024, foram realizados 2,5 milhões de atendimentos a distância, contra 1,5 milhão em 2023.
Nesse contexto, destaca-se a telemedicina que transformou a forma como médicos e pacientes se conectam, tornando o cuidado mais acessível, ágil e contínuo. Por meio de consultas, diagnósticos e orientações realizadas a distância, pacientes podem receber atenção médica de qualidade sem precisar se deslocar, o que representa um avanço no acesso aos serviços de saúde.
“Em todas as áreas, a telemedicina pode transformar o atendimento e o cuidado com o paciente. Na ortopedia, por exemplo, ela permite acompanhar a evolução do quadro clínico, orientar sobre exames, conduzir revisões pós-operatórias e esclarecer dúvidas sem que o paciente precise se deslocar”, afirma Sormane Britto, ortopedista e especialista em healthtech e inovação.
Além disso, ele destaca que a telemedicina possibilita avaliar sintomas iniciais e entender o histórico do paciente, ajudando a decidir quando exames complementares ou uma consulta presencial são necessários. “Essa ferramenta é especialmente útil para otimizar o tempo do paciente e do profissional de saúde, reduzir a sobrecarga das unidades físicas e garantir que o atendimento seja realizado de forma rápida e segura”, acrescenta o especialista.
Apesar dos avanços, Sormane Britto enfatiza que a telemedicina não substitui o exame físico em casos complexos. “Suspeitas de fraturas graves, lesões ligamentares ou dores de causa indefinida ainda exigem avaliação presencial detalhada para garantir um diagnóstico seguro e um tratamento adequado. A telemedicina deve ser usada de forma criteriosa, sempre combinada ao atendimento presencial quando necessário”, alerta.
O especialista reforça que, quando bem indicada, a telemedicina não apenas amplia o acesso aos serviços de saúde, mas também fortalece a relação entre médico e paciente. “Mais do que uma questão de tecnologia, é uma mudança no paradigma do cuidado. Ela permite que o paciente seja acompanhado de forma contínua, que as condutas sejam ajustadas rapidamente e que o tempo de espera seja significativamente reduzido, mantendo sempre a qualidade e a segurança do atendimento”, conclui Sormane Britto.