Apesar de existir um preconceito, ainda, quando se fala de doenças mentais, elas existem e afetam cerca de um bilhão de pessoas no mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Uma dessas, é o Transtorno Dissociativo de Identidade (TDI). De acordo com o Manual para Profissionais da Saúde, a doença ocorre quando o indivíduo apresenta duas ou mais personalidades que se alteram entre si. O transtorno surge por conta de um trauma extremo ou estressante durante a infância e se desenvolve como forma de distanciar-se ou desligar-se da realidade.
Os processos de desenvolvimento do transtorno de identidade acontecem de várias fontes e experiências. Alguns contextos podem fornecer um indicativo da necessidade de uma avaliação profissional para investigar o quadro.
Segundo o psicólogo e professor do Centro Universitário dos Guararapes (UNIFG), Aluísio Soares, os pacientes costumam manifestar amnésia dissociativa, tipicamente em um contexto de manifestação com lacunas na memória de eventos pessoais do passado, durante a infância e adolescência. “Situações ou ações as quais fizeram e que absolutamente não se recordam de terem realizado, bem como ansiedade, depressão, desorientação, uso desorganizado de substâncias psicoativas, perda de memória, contextos que envolvam alucinações táteis, visuais, gustativas e olfativas, são algumas manifestações”, explica.
Após ser diagnosticado, o paciente precisa passar por um tratamento, que requer medicamentos, psicoterapia direcionada, voltada aos diversos estados de identidades relacionais vivenciados, dentre outros. Além disso, é importante que pessoas que tenham o transtorno participem de grupos de apoio e aconselhamento, sendo necessário acompanhamento não só para o sujeito, mas a todo o contexto familiar. Contudo, apesar de tudo isso, a vida do indivíduo não será mais a mesma.
“Falar em vida ‘comum’ é bastante relativo, pois qualidade de vida é uma característica bastante subjetiva e depende da expectativa e perspectiva de cada um. No entanto, a variação sintomatológica pode ser mínima em pacientes altamente eficientes, sendo necessário sempre um acompanhamento com tratamento funcional relacional, social e ocupacional para ampliar os horizontes de cuidado, no entanto, alguns pacientes podem responder de uma forma mais lenta ao tratamento e, a longo prazo, torna-se necessário um suporte mais assertivo”, conclui o especialista, Aluísio.