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Véspera de São Pedro com ‘Noite Afro’ no Polo Azulão

Véspera de São Pedro com ‘Noite Afro’ no Polo Azulão

O repertório que embalou a última noite de shows no Polo Azulão, em 2024, foi um só: o respeito e a valorização das raízes africanas. No palco, Chris Mendes, Colibri Brasil e Olodum conduziram a noite, encerrada em grande estilo.

A multiartista Chris Mendes deu o pontapé inicial na noite de shows. Com um figurino inspirado – e inspirador -, fez ecoar no Polo Azulão mensagens de respeito, fé, tradição e, claro, muitas referências às suas origens, às suas crenças e valores. “Nasci em São Paulo, entre dois barracões. O barracão de uma escola de samba e o barracão do terreiro. Então, eu cresci escutando o som dos tambores, os cuidados das mães pretas. Só que eu transformei a minha dor em luta. E a luta em ritmo, em música”, contextualizou Chris Mendes.

A noite de shows seguiu com o sambista Colibri Brasil. Veterano no Polo Azulão, levou a sonoridade das suas composições e aproveitou para também falar sobre “ancestralidade”. Sobre muito daquilo que o inspira, diariamente, a compor e produzir música. “Quando a gente fala de ancestralidade, a gente está colocando aquilo que sai da nossa religiosidade e que expandiu para o mundo. O samba sai do candomblé, as comidas que a gente não sabe de onde veio, isso tudo sai da nossa religiosidade”, frisou Colibri Brasil.

Terceira atração da noite e última da programação deste ano no Polo Azulão, o grupo Olodum desembarcou em Caruaru trazendo na bagagem referências já conhecidas pelo público. Entre elas, a batida do tambor, as cores marcantes e uma energia sem igual. E, com muita naturalidade, mobilizou o público para contemplar uma pequena mostra de uma espetáculo que costuma ser visto por pessoas de todo o mundo. Com ‘Avisa lá que eu vou chegar mais tarde…’, convidou e garantiu que o público permanecesse no Polo Azulão até a última canção.

Foto: Felipe Correia

“É mistura. O samba-reggae vem disso (ritmos latinos, caribenhos, africanos, do recôncavo baiano e nordestinos). Então, o Olodum é esse caldeirão, essa mistura, e a gente navega em todos os estilos. Vai desde o rock até o forró”, observou o vocalista Lazinho.

O grupo baiano encerrou a última noite de shows mobilizando o público para enaltecer um som que, naquele momento, não era som de afrodescendentes. Era um som brasileiro. De todos e para todos. Desejando, assim, como dizem os baianos: “axé”!

BALANÇO

Para o presidente da Fundação de Cultura de Caruaru, Hérlon Cavalcanti, é importante destacar avanços significativos que aconteceram no Polo Azulão nesta edição do São João. Por exemplo, as mudanças que buscaram trazer mais conforto para o público. “Primeiro, a mudança do palco [que passou a ocupar o canteiro central da Via Parque, deixando as duas faixas da Avenida Rui Barbosa livres]. Logicamente, teve alguns dias que deu muita gente, e precisou fechar as laterais”, apontou Hérlon.

Sobre outros aspectos, como a diversidade de gêneros musicais presentes na programação do polo multicultural, Hérlon foi enfático. “Este ano, o Polo Azulão foi um sucesso total. Tendo muita capacidade de público, se reinventando, respeitando a diversidade cultural. Isso é importante”, frisou Hérlon.

De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico, Turismo, Tecnologia e Economia Criativa, Jaime Anselmo Filho, o sucesso do São João 2024 e, claro, o do próprio Polo Azulão, já pode ser apontado. Ele destacou a importância da valorização da cultura, do turismo e, também, da geração de renda para os envolvidos na festa.

“Em 2023, houve uma movimentação de R$ 620 milhões. Nós não fechamos nosso balanço ainda. O levantamento [da movimentação do São João como um todo] está sendo feito. Mas eu posso garantir uma coisa: os números que estão sendo apresentados são maiores do que os do ano passado”, observou Jaime.

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